sexta-feira, 15 de maio de 2009

Amado

Depois do passar das horas
A tua falta me falta
E o meu ar fica sem fôlego
Só preciso da tua prosa
Do teu afago
Do teu euphonium
Meu peito arde, como aquela asma
Que me devora
Me devora a integridade, me sucumbi a sanidade
E o motivo é só esse
Saudade.
Preciso de ti, pelo menos nas manhas
Meu verde se torna cinza
Sem o vermelho dos teus olhos
Faça-me teus minutos
E me gaste, me desgaste
Me resgate
Segundas, terças, quartas, feiras
A semana passa
E só o que me transpõe e saber
Que o meu domingo será teu
Faço da palavra loira a minha
Porque teu destino era morrer no meu
Meus lábios só soletram os teus fonemas
Minha pele repulsa outro cheiro
E minhas pupilas só fotografam a tua magnitude
Meu amado, meu gigante
Meu amor por ti és gigante
E você é o inexplicável
És a voz serenizada que conforta os ouvidos calejados
És alem de tudo meu passar das horas
Teu nome gravo em meus versos
Enquanto teu cheiro guardo em meu peito
Não me deixe a deriva da tua ausência
Ela serás meu suicídio,
Minha rubrica prefere a alforria
Para ser livre em nossa parede quase verde
No nosso jardim eternizado
E em nossos beijos dilacerados
Te levo, enquanto me levo
Te salvo, enquanto me afogo
Te louvo, enquanto me reprimo
E agora já amo-te
Pois não deixarei você passar
Como uma tarde verde.

Guilherme Radonni

Nenhum comentário:

Postar um comentário