quarta-feira, 6 de maio de 2009

A arte do falar nada.

Já é uma abuso,
Ter de fazer poesia todo dia
Pra cessar essa canseira.
É abusado te dar assim de bandeja
Pra loirinha da minha vida.
É abusante ver seus recados
E ficar angustiada.
É um abuso não deixar rolar
E ver que vc faz isso por mim.
É um abuso abusar do proibido.
É um abuso querer não me amar assim.
É um abuso eu suportar explorar longe de mim.
É um abuso do mais improvável
Ver teus lábios em outro alguém
É um abuso, ver que eu já cansei.
Mas sabe o que é mais abuso?
Eu escrever assim por ninguém.
É um abuso a poesia
É um abuso a Moraes.
Me perdoe por abusar assim das letras e fonemas.
Mas é um abuso:
O fruto do proibido
Da rima escondida.
Esconda o abuso entre as axilas.
O efeito de abuso pro abalo de abusar.
Eu abuso e tu abusas
No abusar do falar nada.
Abuse e faça acontecer
Não abuse só porque eu abuso
Porque a ressaca disso tudo, meu amigo
É um abuso após o outro.
(Tábatta Iori) 06.05

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