Talvez tenha sido na lembrança
Daquele palco translúcido
Que nos tornamos ilegais,
Teu vermelho me tomou a sanidade
E aqueles cabelos só me deixaram
Talvez inexistente.
Case-se comigo!
Essas são as palavras que ecoam dos meus lábios
Mesmo quando estão estagnados
Assim como as rosas de cartola
Que não falam, sobre o que é de praxe
Somente exalam sobre o insolúvel
Você vai me destruir
Se não se deitar sobre meus lençóis
Me tornando amado como os dias
Que dominam tua historia
Absurdo, é te encontrar e não te ter
Sendo assim me rendo, liberto meus espectros
Do meu baú imperial, onde só a poeira governa
E entrego meu reinado, aquela
Que fugiu com a novela das oito
Sem se fazer de pirraça e nem de bichana
Simplesmente me deixou a deriva da solitude
Ainda bem, que deixou o rastro
Dos caminhos trilhados
E esqueceu comigo tua herança
Uma flor,
Que derramo sobre o peito afogado
Na esperança de te ter entre o sono que me invade
Não me deixe só,
Assista comigo o nascer do primeiro raio de sol
Aquela viagem, sobre o anoitecer que já se foi
Boa sorte, com a tua vida em meus dedos
Farei bons tratos da tua pele
Que me servira de lençol
Por um bom e indeterminado tempo.
Então me acode, me tire do cinza
Não faça da frase,
Um dia, um adeus
Faça de mim teu porto inseguro
E divida as horas junto ao meu peito
Que idolatra ter te encontrado
No vértice dos dias.
Guilherme Radonni
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