segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Pássaros



Como asas que procuram
Um ninho para pousar
O amor voa livre,
Buscando no peito um lar
E se for entre árvores
Ou na beira de um rio
Cantara sua canção
Para relembrar do assobio
Que um dia encantou
O canto do sábia
Mas por ser pássaro cantador
Um dia, voltou a voar.


Guiel

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Eu moro no alto,
onde escuto Deus sussurrar.
Em dias de angustias,
o céu chora primeiro aqui.
Aprendo com as pedras
o deslizar seguro com as peles dos pés.
Tenho o silêncio como guardiã. Cheia de cor, que cura, desembrulha, escancara e aceita.
As horas quem ditam são as nuvens, cada dia de um ponteiro, da forma do fluxo da vida.
A mata ao pé daqui, dali, que desenham o que preciso enxergar.
Pelas noites, a neblina vem visitar, chega mansa e tem um canto baixo, mas dominador.
De madrugada, as folhas das bananeiras dançam detrás das janelas sem grades.
Olho pro horizonte da cidade, imagino o cotidiano de mais um ano na luta de cada um. As luzes confessam. Parece que estou distante de tudo.
Eu moro na pedra.
Estou aprendendo a voar.
(Para o Morro São Sebastião, tão só mas tão cheio. Da aprendiz Tábatta Iori)


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Só tinha
moldura
e ainda por pouco
rasgada.
Era preenchida de
vazio.
Um vago vento parado
de lamento.
Que não desenhava nem sequer
um único querer.
E nem por se pendurar
se dava
pois ninguém
a tinha,
era só,
de chão,
apenas lineava uma margem.
Um dia,
a tropecei.
Escorreguei,
virei
de vez
o que a preenchia:
ar.
Assim, fui, um dia
o que cada um tinha pra
imagin(ar).
Pint(ar)...

Tábatta Iori
De asas longínquas
cores de maçã.
Pousou por instante, pequenos,
equilibrou-se.
Equilibrou, se...
E
que
inebriou-se
E partiu. Já não estava mais, lá
Mas seu movimento ficou. No silêncio, suas asas moveram o tempo.

E ficou.

Tábatta Iori

sábado, 12 de novembro de 2016

De uma grande irmã

Quem dera poder te abraçar pássaro de luz menino de rio e de mar
Quem dera poder contigo agora brincar , nos teus coloridos olhos de Oxum Maré...
Andar pelas ruas sorrindo a cantar sempre um novo caminho cedinho seguindo pra além do luar
Queria eu agora saber que la fora tem uma casa encantada de um irmão que me baila só de lembrar
Que céu é chão que se pisa quando asa ferida não pode voar...
Ainda me brilha tua voz amiga acalmando meu desequilibrado som
Antes, quando somente um tempo em qualquer evento ao seu lado era bom
Música ao meio dia e tua melodia...
Areia, chamando a sereia pra nos reinventar
Era três, era dois, era um e nenhum que ficou pra contar
Mas dentro do coração ...
Meu amor cheio das suas pérolas é ainda força a navegar...
No vento no tempo no alento do amanhã que é sempre dança criança ciranda a nos reencontrar.
Grata por tudo menino matuto
Do fogo da água e do ar
Terra lama de escorpião transmutando com fé tudo que é medo e escuridão.
Chuva que molha e amolece pedra
Atrás do arco-íris de novo a brotar..

Jully Luz

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Para aqueles que não tem palavra


Tem gente que o que fala
Não se escreve
E tem outros, 
Que honram a própria palavra
Tem alguns... que só falam
Outros... que realmente fazem
Tem ainda aqueles
Que são os donos da verdade
Enquanto alguns
Simplesmente sabem
De um lado, os que gostam de apontar
Do outro, aqueles que gostam mesmo
É de abraçar
Tem muitos que cantam,
Só para o espelho
E tem tantos que fazem
A música sair do peito
Tem aqueles que sempre querer agradar
E outros que se esforçam para respeitar
No final cada um faz o que pode
O quer e o que sabe
E você?
Sinceridade, infelizmente não é pra todo mundo
Mas o difícil mesmo...é mentir pra si mesmo
Qual a tua verdade?

Guiel


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Florescer


Agradeço a vida
Por todos os presentes
Que tem me ofertado
E por estar a cada dia
Revelando meus caminhos,
A cor dos olhos de cada um
Que refletem por dentro e por fora
O espelho de ser... humano
De carne e osso, alma e coração
Ponte de luz, atravessando as sombras
Me ensina a seguir a voz
Que abraça o vazio da escuridão
Silencia meu pranto
Enquanto aprendo abrir meus olhos
Para ver com clareza
Muito além da ilusão
Vejo cores, pintando memórias
Mas Quem sou eu?
Por debaixo das mascará
Que dão forma a criação
Sou o mistério que vive
Na força do trigo, da mão e do pão
Sou semente, que desperta e germina
E com fé, cresce e brota
Da flor, fruto e grão
Só para alimentar a fome
De se reencontrar com a essência
E se desfazer na grandeza
De agradecer e colher
Pro amor florescer
É preciso plantar.
Guiel.

Escorpião


Mergulho nas fundas águas
Que regem meu ser
Assim como flutuo na constelação de escorpião
E neste espelho a refletir o céu e o mar
Vejo a força da transmutação
Que renova a dança de minhas profundezas
E do veneno que me fere
Brota o soro de minha cura
E do silêncio de minha morte,
Renasço no canto da vida eterna.
Do peito que pulsa junto ao próprio ferrão
Plutão é quem guia
O mistério de escorpião.

Ao Tempo


Mesmo depois do fim
Seremos sempre
Peregrinos do tempo
Girando desde do inicio
Em torno da roda da vida
Em busca de infinitas respostas
Para perguntas eternas
E de tão frágeis, seremos fortes
Na grandeza que abraça
O pequenino grão que em tudo em germina
E sempre torna a florescer
Onde se esconde o silêncio de tua voz?
Se ouço tua música em tudo que existe
E danço todos os dias
Na esperança de reencontra-lo
Dentro de mim e em todo lugar.

Guiel