terça-feira, 30 de novembro de 2010

GAIA

A poesia foi colocada em prática.






Idealizado para a execução em ambiente aberto, e interpretação de uma única atriz, o espetáculo não deve ser considerado um monólogo, pois o publico interage de maneira atuante e dinâmica, proporcionando a plástica perfeita e contribuindo para um cenário único à cada enquete.

O publico interage, durante o espetáculo com 11 personagens em um palco-tapete circular de 5 metros de diâmetro, onde os personagens, juntamente com o público descrevem cenas do cotidiano que se chocam com as mais sublimes e chocantes forças da natureza.

“Gaia” denuncia que há alguém doente e que pode morrer e o objetivo do espetáculo é fazer com que cada espectador, que tenha participado ativamente ou não, se questione e descubra o que tem feito e o que pode fazer para ajudar esse ser sagrado a se curar.




Do vazio que a concebeu, ela surgiu girando e dançando, livre e sem destino no espaço da noite sem fim






De tudo que há vivo sobre seu corpo e por entre suas cavernas profundas foi gerado por elas, e dos que cruzam seus arredores e dos que habitam sua saliva e percorrem o caminho de suas veias, houve um que lhe trouxe nomes e questionou sua existência.

















- Se ela chora, sou eu quem lhe escorre os olhos.
















- Total shock !













- Guerreira vestida de aço, da terra eu lhe fiz, e com o aço, eu te curo.






















- A arca de cinzas poderá um dia ser jogada, de um céu, que poderia queimar a terra e ferver os oceanos...



















- Acho que estou carregada... vou procurar um local pra tomar um passe, sei lá.



- Mas ela ainda não morreu. Me perdoa mãe...






- Fui eu que a fiz pedir perdão, e eu mesma lhe perdoei.




Fotos: Doulgas Rene e Celina Rivero.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O que é o contrario do amor?

Nada é inacabável, tudo se esgota.

Menos o tempo, o mesmo tempo

Que define a duração das coisas

As mesmas coisas,

Que mancham a memória

E depois evaporam.

Não quero contrariar os românticos

Não quero desmentir os lúdicos

E nem quero matar a eternidade

Mas o amor é perecível

Não o amor em si

Mas a percepção que temos dele

Acreditar na incondicionalidade

É iniciar o desgaste da essência

Depois disso a rotina faz o resto.

O problema é ter de agüentar

É enxergar os muros caindo

E só poder assistir

Isso dói mais que o fim

É uma auto mutilação sem intervalo.

Acho que o erro esta na concepção do homem sobre o amor,

Pois achamos que o amor une as pessoas

E as tornam um único ser, mas é impossível se tornar um

Quando se é dois, pois o abismo que se estende

Entre a minha complexidade e a do outro

Basta para um desassossego

E isso é como um vírus que se instá-la dentro do sentir

Contamina e devora tudo o que tem por dentro

E pra esse mal meu caro leitor,

Não há cura.

Você vai ficando louco, cego e embriagado

Tentei enxergar ao contrario

Mas tudo o que vi, foi a minha espera cultivando

O fim do meu amor pelas coisas.

Depois disso, o fim.

Guilherme Radonni.