quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O que é o contrario do amor?

Nada é inacabável, tudo se esgota.

Menos o tempo, o mesmo tempo

Que define a duração das coisas

As mesmas coisas,

Que mancham a memória

E depois evaporam.

Não quero contrariar os românticos

Não quero desmentir os lúdicos

E nem quero matar a eternidade

Mas o amor é perecível

Não o amor em si

Mas a percepção que temos dele

Acreditar na incondicionalidade

É iniciar o desgaste da essência

Depois disso a rotina faz o resto.

O problema é ter de agüentar

É enxergar os muros caindo

E só poder assistir

Isso dói mais que o fim

É uma auto mutilação sem intervalo.

Acho que o erro esta na concepção do homem sobre o amor,

Pois achamos que o amor une as pessoas

E as tornam um único ser, mas é impossível se tornar um

Quando se é dois, pois o abismo que se estende

Entre a minha complexidade e a do outro

Basta para um desassossego

E isso é como um vírus que se instá-la dentro do sentir

Contamina e devora tudo o que tem por dentro

E pra esse mal meu caro leitor,

Não há cura.

Você vai ficando louco, cego e embriagado

Tentei enxergar ao contrario

Mas tudo o que vi, foi a minha espera cultivando

O fim do meu amor pelas coisas.

Depois disso, o fim.

Guilherme Radonni.

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