sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Eu moro no alto,
onde escuto Deus sussurrar.
Em dias de angustias,
o céu chora primeiro aqui.
Aprendo com as pedras
o deslizar seguro com as peles dos pés.
Tenho o silêncio como guardiã. Cheia de cor, que cura, desembrulha, escancara e aceita.
As horas quem ditam são as nuvens, cada dia de um ponteiro, da forma do fluxo da vida.
A mata ao pé daqui, dali, que desenham o que preciso enxergar.
Pelas noites, a neblina vem visitar, chega mansa e tem um canto baixo, mas dominador.
De madrugada, as folhas das bananeiras dançam detrás das janelas sem grades.
Olho pro horizonte da cidade, imagino o cotidiano de mais um ano na luta de cada um. As luzes confessam. Parece que estou distante de tudo.
Eu moro na pedra.
Estou aprendendo a voar.
(Para o Morro São Sebastião, tão só mas tão cheio. Da aprendiz Tábatta Iori)


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