È isso, me sinto dominado
Por aquilo que não consigo explicar
Essa ânsia que me deixa eufórico
E me faz acordar todas as manhas
Com teu gosto nos lábios
E o verde daquele parque entre os dedos
Nossas prosas trocadas me fazem poesia
Te traduzo em meus versos
Enquanto ouço a trilha que nos embalou
Naquela tarde verde
Onde as arvores cantavam sobre o nosso devaneio
Em chamas, encontro nossos olhos
Que se derretem de desejo e saudade
Colho as cinzas daquilo que ainda não foi carbonizado
E peço aos céus que eu possa dividir minhas horas
Com alguém como tu
Que sejas tu
Meu gigante, meu alicerce meu passar dos dias
No silencio, me equalizo ao teu Eufonium cor de carmim
Que me faz serenizado, enquanto tu
Só observa, meu corpo a se desfazer nos movimentos retilíneos
De uma dança que me possui, e me faz insolúvel
Trocamos cenas, daquela tela que admiramos
Enquanto eu, observo as faces vulneráveis ao sentimento.
Façamos um filme!
Onde aquela tarde seja eterna
E nossos lábios despedaçados
Um ao outro pertenceremos
Há tempos não sentia isso
Mas não saboto meu peito eufórico
Deixo desenrolar aquilo que me faz pleno
Quero ter-te,
E quero falar-te, pois nada condiz melhor
Do que a prosa de lábios recém conhecidos.
Ele, veio do sul
Eu, vim daqui
Ele, quer ir para o azul de uma praia paradisíaca
Eu, quero ir para o azul de uma varanda na Lua
Talvez haja praias no território vasto da Lua
Ou talvez haja uma sacada naquela praia
Que de frente a face da lua
Ou talvez não haja nada, pois já me sinto bem assim.
As manhas são memoráveis e quase intermináveis
As horas estampam teu rosto e tua lembrança
Mas o almoço nos separa, nos deixando somente na memória
Um domingo qualquer nos veremos de novo
E tornaremos concretos nossas prosas trocadas.
Quero sentir o mais puro gosto da saliva que me afoga
E quero ter-te por entre os braços
Para lacear o que não te é compatível
Deixe-me fazer minutos nas tuas horas
Deitar no verde ao teu lado
E acordar no carmim dos teu lábios
Sentir que é isso que me faltava
E tornar movediço
O que não me falta
Você, alimenta minha insônia e me faz vampiro
Que almeja te contaminar de paixão e devaneios.
Portanto não se vá, antes de fazer do teu conto o nosso.
Guilherme Radonni
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