sábado, 18 de abril de 2009

Dezessete

Sombras que dançam sobre os lençóis
Entre paredes pardas
Que servem de cenário para o nosso devaneio
Entre cenas, cigarros, vontades e digestões
Nos diluímos ao entardecer
Perdido nos ecos, gargalhadas
Encontrado no gritos, suspiros
Embalados por uma trilha
Que não soa sonora
Vozes aveludadas, equalizadores
Violão, um baixo, seguido de um alto
Sim!
Temos dezessete, entre as pernas
Dezessete anos, e nenhuma rota de fuga
Nenhuma vergonha na cara
E sem pudor guardado nos bolsos
Nos olhos, só vontade
Na carne, só maldade
De vermelho, pintamos o cotidiano
Com a intenção de manchá-lo
E sem pretensão de limpá-lo
Planejamos o acaso
Deturpamos o esperado
E por fim, descemos a serra
Afinal, o mar nos satisfaz
Mas se entregar a rotina?
Ah isso não,
Pelo menos não aos dezessete.

Guilherme Radonni

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