sábado, 18 de abril de 2009

Café a dois

Sobre a mesa
Torradas, açúcar e migalhas
Inocência e pretensão
Dividem o café, enquanto gastam da vida
Ouvindo sussurros o café soa mais atraente
O leite qualhado, o pão amanhecido
E a geléia gasta não parecem tão isentos
Ao estomago vazio
De moribundos suburbanos
Mastigando, engolindo, mordendo e sucumbindo
Assim se faz no café
Assim se faz na miséria
E agora?
O telefone toca
Mas o estomago não tem intenção de atender
Os grãos e o queijo
São mais intrigantes, que uma voz desumana
Banquete de ratos pela manhã
Fibras, pão integral e desnatados
Servem de cenário para um dialogo mudo
Por fim, o leite se acaba, o pão esfria
O queijo resfria
E nós?
Ainda somos os mesmos
Com uns quilogramas a mais
E apetite a menos.

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