sábado, 18 de abril de 2009

Entre Valsas, Boleros e um Tango

Ao abrir os olhos, me encontro no mesmo quarto velho de sempre
Infelizmente!
Aquela noite merecia mais,
Não deveria ter acabado entre lençóis
Já gastos da rotina mórbida que me assombra
Aquela noite cheirava á êxtase
Cheirava á vermelho, cheirava a plástico
Mas não plástico mecânico, talvez orgânico
Quando me dei conta já estava nos braços de alguém
Me afogando em lábios desconhecidos
E contemplando um corpo que não era o meu.
Aquela noite, não começou ao por do sol
Começou ao nascer dele
Ao nascer de desejo, ânsia, vontades e sangue novo
Mas não puro, sangue viciado
Penetrado, pelo tabaco, seringas e o álcool
Mas não tão viciado ao ponto de perder a sanidade
Pois essas já foi abortada
Há tanto tempo que não nos recordamos
Nos embebedamos!
De luxuria, de embriagues e solitude
Amplitude!
Me invada com ela, penetre meu caminhos
Explore minha pele, descubra minha inocência
Mesmo que eu já não a tenha
Quero sentir suas mãos sobre qualquer coisa que me pertença
Quero me servir da tua carne
Beber dos teus beijos
E me deitar com tudo que seja você
Sim!
Estamos sobre o feito de tóxicos
Mas não há nada mais tóxico
Que o devaneio das arvores
Que as historias dos lençóis
E o grito das ruas...
Nos levamos por distorções quase que musicais
Dançamos sobre a valsa dos monstros
O bolero das abelhas e o tango das borboletas
Zoomorfismo, exala sobre nossos acasalamentos
Nos tornamos animais, não racionais
Em busca de vazios, que completem o que já temos por inteiro
Difunda minhas vísceras, com suas intenções
Deturpe minhas veias com seus distúrbios carnais
Dilua meu sangue sobre seu holocausto imaginário
E me dilate sobre essa noite nostálgica, que eu ainda não esqueci.

Guilherme Radonni

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