Talvez tudo isso seja pequeno de mais pra mim
Afinal, já não caibo mais em mim.
Sinto tudo ao reverso, sinto me do avesso
Sinto me sem apegos.
Os revertereis analógicos, já não me servem de consolo
Não vou engolir sua secreção eliminatória
Nem farei de tumulo
Sua palidez fúnebre e inodora
Gigantes não cabem em aquários
Gigantes não servem de mostruário
E eu sou.
Um gigante incondicional, de apenas um metro e sessenta e cinco
Mas minha ideologia não pode ser medida
Centímetros, não equivalem as minhas vontades
E meu plano de fuga não é terrestre
Silvestre, são minhas entranhas
Que perfura os monogramas
Paridos pelo ventre sujo e impetuoso
Dos homens impensáveis.
Saciáveis, não são minhas artérias
Tenho sede de vida,
Mas meu fôlego já foi sucumbido pela angustia
Agonia lituânia, que despeja sobre os pelos fulvos
A ânsia de estar insensato e sem lar.
Grite!
Palavras que contraem os lábios
E torna movediça a saliva que me indaga,
Me faça de concreto, me cubra de cal e reboque meus vazios
Mas não sou tão obvio, a ser um edifício
Pois minha queda não é na horizontal
Somos escravos de nos mesmos
E nossa alforria, não pode ser assinada
Pois as mãos, já calejada
São analfabetas funcionais
Que servem de combustível
Para a miséria individual das almas quase mortas
Quase vazios, sãos os bolsos dos proletariados
Salariados com fome e pão, sede e água
Na vertical, me encontre deitado
Pois não levanto para o que é perecível
Não me disponho, para o disponível
E faço de herdeiros, as formigas atômicas
Que despejaram sobre a minha lapide
O abismo existencial, do que já não foi presenciado.
Minha herança? Um aquário de gigantes.
Guilherme Radonni
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