Já não sabia que horas eram
Quando meus olhos avistaram os teus,
Simplesmente me senti junto a ti
Como se a tua pele fosse a minha
E teus dedos minhas mãos.
Quando me dei conta já estava em lábios desconhecidos
Explorando a saliva que me inundava
Lábios de cereja
Lábios que me almeja
Lábios de incerteza.
Naquela multidão só restava nós dois
Dois corpos á se penetrarem
Se corromperem
Se entrelaçarem.
Talvez aquela escada, tenha sido
Mais do que degraus silenciosos
Talvez aquela escada, tenha servido
De cenário para nosso devaneio de êxtase
Volúpia e contemplação.
Enroscados numa trilha sonora
Que nos diluía entre os degraus
Que nos enroscava naquele jeans
Surrado e indesejável
Jeans.
Desejável
Era tua carne em minhas mãos
O teu lábio em minha pele
E tua inocência entre minhas pernas
Torneadas de vontades
Saciadas de vaidade
E acariciadas por sua insanidade.
Minhas mãos, deslizavam em tuas costas
Que se repeliam do meu suor
Que se esquivava do teu pudor
E confundiam a tua primeira viagem
A um território homogêneo.
Nomes trocados,
Beijos roubados,
Peitos dilacerados
E agora...
Quero ser bem mais do que um mero degrau
Na tua ambígua existência.
Espero que você
Cale meus lábios
Subindo esta escada chamada desejo.
Guilherme Radonni
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