O vazio deste quarto me incomoda, nunca foi assim
Só que agora a garrafa esta vazia e os cigarros já carburados
Tento gastar o tempo, sem pensar em abortá-lo,
Já que não posso mais sabotar minha sanidade
Talvez se eu calçar os sapatos e abotoar minhas calças
Me sentiria melhor, pois descoberto e jogado
Ninguém comprara meus rascunhos feitos de miséria.
Pudera, ninguém está interessado em alugar
Um terreno na sobra da rua
Ou mesmo tomar uma dose de insanidade.
Já que estou fora do prazo de validade
E perecível é a minha consciência
Que assombra a memória vasta
De um livro empoeirado.
É isso, paginas em branco resume os meus dias
Não, não estou sendo depressivo e melancólico
Apenas faço do esperma ralo,
Um longo e prazeroso orgasmo
Se já não sou mais doce,
É porque o sal inunda minha garganta
Garganta que grita, arranha, desarranja e por fim engoli
Engoli as sobras do café,
Engoli o resto do vermelho
E engoli o que deixaram nas sarjetas.
Talvez migalhas, talvez trapos
Mas com certeza, fardos
Porque ninguém os carrega
Porque ninguém os deseja
Afinal somos os fardos de nos mesmos.
Guilherme Radonni
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