sábado, 18 de abril de 2009

Feriado de mim mesmo...

Não sei quando começou, mas quando me dei conta
Já estava entre a fumaça, o êxtase e a luxúria
Sobre essa Lua que parecia nos devorar
No meio do samba que não nos deixava voltar
Voltar a nossa melancolia mórbida
Que naquela noite não passava de um vácuo
Um vácuo que afogava o vazio e preenchia o martírio
Inspirados pela aquela tarde verde, que cheirava a vermelho
Embalados por desejos, apegos e desesperos
Que invadiam a madrugada em busca de néon
Orgasmos momentâneos, que inundam nossa sanidade
Que preenchem nossas lacunas e exterminam nossa inocência.
Hoje é dia de Glória!
Hoje é dia de Romance
Hoje é dia de não dormir
Aumente o volume dos seus devaneios,
Eles penetram a minha madrugada
Me fazendo jovem, me tornando vivo
Me esquecendo sobre os lírios ácidos da insanidade urbana
Sim! Vou e volto 87 vezes
Dentre umas, nem sei se volto, mas se vou não penso em ficar
Estabilidade me corrói,
Me dá ânsia da vida e faz de papel minhas entranhas
Papel comestível e intragável,
Mas a tua saliva equalizada a minha anatomia
Essas sim, me tira desse inferno de concreto.
Meia noite e quinze, já não tem mais volta
Meus valores já foram roubados e dessa vez meu pais não estão em casa
Só me resta ficar e beber do teu sangue
Talvez da tua carne, mas amanha é sexta feira santa
E seus pecados não serão absolvidos.
Meus pés doem, mas não pretendo para de dançar
Pois se paro, morro, e se morro paro.
Então dance comigo está noite,
Já que segunda meu cotidiano vira rotina
Mas não penso na solitude, penso na areia das praias
Que tocaram meus pés, quando eles estavam calejados
Dos dias estampados de cinza,
Penso na cidade litorânea, que sérvio de cenário
Para o nosso plano de fuga
E penso também nos dezessete anos
Que se resumem em dezessete dias.

Guilherme Radonni

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