sábado, 18 de abril de 2009

Aquela valsa mórbida...

Essa ânsia que me devora os anseios
Ainda não se exterminou das minhas veias
Ainda se faz presente em minhas pupilas
E ainda invade me o âmago me fazendo estéril.
A monocromia dos meus dias, já não é mais cálida
Vejo, o verde do céu, o vermelho dos lábios
E vejo também o carmim dos devaneios
Que me torna irreal, imoral e imparcial
De todas as vezes que mergulhei no indico
Atrás de endorfina orgânica, pra me dilatar transversalmente
Nos deletérios alheios,
Essa foi à vez que mais me tornei lúdico
Fui recíproco, fui enferme, fui moribundo
Mas o eco da ausência, ainda é atônico
Embora inconstante e consistente
Me fazendo ileso, e tornando sepulcro o resto das tardes.
Não me venha com sua demagogia antológica
Solidariedade, não estampa as ruas por onde passo
Portanto me calo, palavras sonoras, me fazem surdo
Mas não tiram o trono da cegueira antropológica,
Que se esparrama, pelos bueiros sádicos e impetuosos.
Corro pelas calçadas frigidas, em busca de espasmos momentâneos
Perco o ultimo trem, perco o ultimo beijo
Somente para caminhar sobre os trilhos adormecidos
Que gozam dos itinerários sem terminais
Infernais!
São as rosas, que derramam me as lagrimas,
E multiplicam minha insanidade em decúbitos
Rosas que menstruam, sobre o leito da vida
E choram sobre tudo o que é de praxe e insolúvel
Memoráveis foram todos os lábios que tocaram os meus
Foram todas as pélvis que se entrelaçaram a minha
E foram todas as ausências que preencheram me as lacunas
Escrúpulas foram todas as manhas inférteis
Em que fui obrigado abrir os olhos
E não enxergar nada que vale- se o resto dos meus dias
Foram todas as más línguas que proferiram
A solitude efêmera. Foram todas as falsas valsas
Que me fizeram dançar, quando meus pés já estavam calejados
E foram todos os rostos desvirtuados, exalando a éter
Que me lembraram miseravelmente
Os traços impalpáveis
Do teu.

Guilherme Radonni

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