sexta-feira, 24 de abril de 2009

Oficina de núpcias.

Tudo começou no ápice do dormitório
Sem os pais...
Sem o país!
Cheirava a leite,
Coisa de criança com criança.
Eu dizia pra não se aproximar...
Ele aproximava com a mão,
Os olhos e o quadril,
Quando encostou já tinham êxtase entre elos,
Elos de amor de irmão.
Amor além da vida.
Durou com músicas e afagos,
Durou de ponta cabeça e overdoses.
Todo mundo enlouqueceu,
Até a experiência abriu as pernas.
Porque a mão dele rodou em tudo...
Porque o tudo, naquele momento, fazia parte do som.
A gente transa com a música.
A gente entra em transe...
Só sei que não sei o que houve,
Ouvíamos respirações fora de nós...
Os nós que estavam nos cabelos.
Acabou como em uma fotografia
- você sempre faz isso-
Eu...
Nua na cama.
Ele...
Quase nu no espelho.
Era uma oficina de movimentos retilíneos.
Ele ofegava com os fleches,
Eu só olhava e sorria...
Quando ele terminou e voltou pro início,
A gente voltou a ser irmãos de leite,
Porque o nosso amor é além da vida
E além do sexo.
Que dura até amanhã de manhã.
[Tábatta Iori] 23.04

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