domingo, 7 de junho de 2009

Banquete...

O prato pálido, branco
E enfeitado de porcelana
O copo vazio, transparente
Decorado de vidro temperado
A mesa sem vestígios
Satisfaz o estomago que murmura
Suplica, algo a se digerir
Mesmo quando o apetite
È apenas ilusório
Que venha o prato principal
Embalado a vácuo
Acompanhado ao molho de nada
E preenchido de vazio
Tua culinária, não vale o prato que come
E o forno elétrico, só carbura idéias irreais
A faca que esfolia as escamas do salmão
Me parece atraente
Perfura a carne fúnebre
E convida a saliva a escorrer
De qualquer boca que valha um aperitivo
Quem se senta á cabeceira da mesa
Que pague com vintém
Os gastos que o estomago não digeriu
Chame o garçom
Com teu rosto de plástico
Atraente e pouco convincente
Avise a ele
Que fui ao banheiro
Vomitar o que não me desceu
Talvez junto ao prato de entrada
Eu expulse de minhas vísceras
Aquilo que me engasga;
A ânsia da vida
Almoço de nada
Pratos vazios
Mastigando nossas verdades
E engolindo momentos transitórios
Você vai me digerir
Enquanto eu tenho uma indigestão
Depois iremos juntos
Indagar nossas goelas
Enquanto a garganta abre espaço pro retorno
Aperfeiçoando sem aperitivos
Aquilo que nos conforta
Um brinde!
À bulimia.

Guilherme Radonni

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