Era simples e suave
Como descrever sono em dia frio
Os olhos procuravam qualquer motivo pra disfarçar
Mas não achavam se quer refugio para cessar tal encontro
As mãos eram quentes e tremulas,
Tocavam a face em tom de afeto
E faziam primavera em horas de neve
Nos perdíamos a cada curva do corpo.
Torço, carne, lábio e vontades
Era tamanho itinerário
Que eu desejava segui-lo até o fim dos meu dias
Adormecia no teu beijo
Acordava nos teus defeitos
E amava até teus erros
Sem perceber teu cheiro tomava meus dedos
Inalava meu desespero
Restando somente a calmaria
Suplico, me consuma por inteiro
Faça de mim teu amanhecer
E me tenha no bolso
No torço,
No sufoco
Nosso devaneio era de jardim amanhecido
Era de inverno dormido
De beijo dado e de amor calado
E sentíamos tudo isso
Só no codificar das retinas
Amor assim, não se compra no bazar
Não se acha para dar,
E traz saudade até no paladar
Me encontre na Lua meu amado
Façamos lá o território da nossa fuga
Assistindo a valsa planetária
Que o homem faz questão de deturpar
Quem sabe você cesse minha loucura?
Quem sabe você extermine minha insônia?
Quem sabe teu beijo supra minha cede?
Quem sabe tua carne cale minha fome?
Afirmativa, resta uma
O acaso nos achou
E teu pólo não ira perder o meu
Assim, sem nenhuma pretensão
Que não seja a eternidade
Te desejo o infinito
E faço do teu peito
O meu
Eufórico, simples e suave.
Guilherme Radonni
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