domingo, 5 de setembro de 2010

Tudo passa,

como ventos que trazem o mar

e o levam sem dizer nem deixar nada.

Aliás, deixa,

deixa um resto das melhores migalhas que um dia voaram com as águas,

mas também deixa o fim. O saber de que aquele vôo não voltará.

Você disse que não precisava mais procurar,

que tinha achado-a

e eu lhe pedi em casamento.

E então o que houve?

Faltou até demais,

que o nosso agora

é sem destino de dois.

Tens uma resposta linda para essa ausência?

Porque eu, não.

Esse riacho que se enganou na curva,

avisou que o sol voltará,

pela metade.

Mas temos até de nos benzer por ele voltar!

Por mais que o verde das árvores

já não fazem tanto sentido,

ainda há o belo.

Tenho de me divertir com o que posso,

com o que vier,

então que venha

com caminhos solitários ou multidões

mas venha,

para sentir de novo

essa falta de ar, com tanto ar por aí...

E aceitarmos o lado defeituoso do que passar conosco.

Espaço de pétalas,

espaço de espinhos,

já não importa.

Tudo, passa.

Tábatta Iori.

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