terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Oceano claustrofóbico

(Dentre os mares de gente que mergulhamos a cada dia, o meu mar intoleravelmente me sufoca)
Falta ar, ou qualquer coisa parecida
Só sei que o espaço dentro de mim
É maior do que eu suporto
E menor do que eu preciso
Tudo por um instante parece claustrofóbico
Como se o mar tivesse me afogado antes de eu vê-lo
Ou sentir o cheiro da areia, do sal ou do azul
E ainda sim, ele não me levou
Minha carne ainda existe, ainda me sobra
Me obriga arrasta-la enquanto minha ulcera me corroe
E ai percebo, é só tua ausência, tua falta
Tua inexistência
Nunca te procurei,
Mesmo quando era somente de ti que eu precisava
Mais não sei encontra-lo
Em outro lugar que não no meu autismo
Esse autismo que me devora aos poucos
E que não lhe serve,
A insônia ainda atordoa os olhos que pesam à cansaço
E o motivo porque não durmo, é simples
Medo de se afogar, ou pior que isso
Medo de você passar e eu não o ver
E se não te encontro nesta vida, o que fazer?
Já pensei em algumas formas de acabar com tudo
Sempre fui meio piromaníaco incendiário
Mais dessa vez, nem queimar os dias os fariam passar
Pois as cinzas das horas pesam mais que a realidade
E não sei se os meus joelhos vão aguentar
Qualquer peso a mais que a tonelada que já carrega
Nessa tonelada, uma etiqueta lhe dando nome e classificação
Escrito em letras apagadas com cor de ferruge
Está o causo de todo o peso
Solidão

Guilherme Radonni


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