quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Passa o seu sussego idiota!

Passa a porra do seu celular!
É o oi que a garota recebe de volta da escola.
Tem mochila, ligação mal completada, moto e capuz.
Já adivinha o que pode ser né?
Estupro? Não. Só se for da dignidade daquele infeliz.
A coisa já é mais clara do que romper,
É só um pedaço de ferro por uma resolução de dívida por pó.
Porque aqui nesse lugar, é só isso que há.
Isso daqui já esta ficando podre demais para o meu mundinho.
Aja estômago.
Aja êxtase para cessar os assaltos daquele pobre.
É pena. Só pena que resta quando tem de mudar o caminho e torcer para não receber uma bala pelas costas de despedida.
Daí saí correndo em busca dos amigos que estão em cima do morro.
“Levaram o meu sussego!”
“Que?”
Ninguém entende.
Não naquele momento de pânico, por ter uma arma apontada na barriga.
Era só ele atirar.
Pronto.
Iria haver uma pausa e a correria dos pássaros.
Depois iriam chamar alguem e ligar avisando aos familiares que a queridíssima tinha falecido por ter ido cumprir seu horário de aula.
Antes fosse cheirar letras. Ou beijar na boca.
Antes fosse mudar de caminho na vez.
Antes a roleta girasse e ela ganhasse na mega sena.
Mas já aconteceu vai, chega de drama.
Esse poema já esta grande demais para aquele pobre assaltante que nem ler sabe.

Tábatta Iori [28.08]

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