“Juro que não destruirei o mundo”
Foi o que li nos olhos da minha velha,
A rainha esta doente meu reino,
A rainha irá se deitar.
Como há tempos não sentamos para nos olhar,
Eu declaro você agora como minha mãe,
A canseira do mundo te desgastou minha velha,
Você já não tem em que confiar,
Se sua princesa virar fotografa...
Com as miseras moedas de ouro da família,
Não se lamente pela vida bem sucedida da fama.
O seu mais primogênito,
Hoje fez na audiência a juíza chorar,
Fez com que lambesse a lama na qual se senta
E bater o martelo da ousadia.
Todos cresceram...
Menos o seu maldito salário não é?
Acalme-se mamãe,
Amamentados nós já estamos,
Só falta o mundo chutar pra frente.
Enquanto a sua filha se relaciona com o feminino,
Á noite,
Ela também corre para parar um momento em um retrato profissional.
Acalme-se rainha,
Que a janta é por nossa conta.
Aclama-se minha velha,
Aqui a injeção já foi dada contra a raiva.
Tábatta Iori [13.08.09]
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Passa o seu sussego idiota!
Passa a porra do seu celular!
É o oi que a garota recebe de volta da escola.
Tem mochila, ligação mal completada, moto e capuz.
Já adivinha o que pode ser né?
Estupro? Não. Só se for da dignidade daquele infeliz.
A coisa já é mais clara do que romper,
É só um pedaço de ferro por uma resolução de dívida por pó.
Porque aqui nesse lugar, é só isso que há.
Isso daqui já esta ficando podre demais para o meu mundinho.
Aja estômago.
Aja êxtase para cessar os assaltos daquele pobre.
É pena. Só pena que resta quando tem de mudar o caminho e torcer para não receber uma bala pelas costas de despedida.
Daí saí correndo em busca dos amigos que estão em cima do morro.
“Levaram o meu sussego!”
“Que?”
Ninguém entende.
Não naquele momento de pânico, por ter uma arma apontada na barriga.
Era só ele atirar.
Pronto.
Iria haver uma pausa e a correria dos pássaros.
Depois iriam chamar alguem e ligar avisando aos familiares que a queridíssima tinha falecido por ter ido cumprir seu horário de aula.
Antes fosse cheirar letras. Ou beijar na boca.
Antes fosse mudar de caminho na vez.
Antes a roleta girasse e ela ganhasse na mega sena.
Mas já aconteceu vai, chega de drama.
Esse poema já esta grande demais para aquele pobre assaltante que nem ler sabe.
Tábatta Iori [28.08]
É o oi que a garota recebe de volta da escola.
Tem mochila, ligação mal completada, moto e capuz.
Já adivinha o que pode ser né?
Estupro? Não. Só se for da dignidade daquele infeliz.
A coisa já é mais clara do que romper,
É só um pedaço de ferro por uma resolução de dívida por pó.
Porque aqui nesse lugar, é só isso que há.
Isso daqui já esta ficando podre demais para o meu mundinho.
Aja estômago.
Aja êxtase para cessar os assaltos daquele pobre.
É pena. Só pena que resta quando tem de mudar o caminho e torcer para não receber uma bala pelas costas de despedida.
Daí saí correndo em busca dos amigos que estão em cima do morro.
“Levaram o meu sussego!”
“Que?”
Ninguém entende.
Não naquele momento de pânico, por ter uma arma apontada na barriga.
Era só ele atirar.
Pronto.
Iria haver uma pausa e a correria dos pássaros.
Depois iriam chamar alguem e ligar avisando aos familiares que a queridíssima tinha falecido por ter ido cumprir seu horário de aula.
Antes fosse cheirar letras. Ou beijar na boca.
Antes fosse mudar de caminho na vez.
Antes a roleta girasse e ela ganhasse na mega sena.
Mas já aconteceu vai, chega de drama.
Esse poema já esta grande demais para aquele pobre assaltante que nem ler sabe.
Tábatta Iori [28.08]
domingo, 16 de agosto de 2009
Calçadas cegas.
E os galhos secos das arvores tristes
Fincados em qualquer calçada pouco limpa
Assistem sem intervalos o asfalto e o homem
Espetáculo pouco plausível
Assistir a deturpação dos homens sobre o produto cinzento
Que nos serve de solo.
E se fossemos todos cegos?
Não, não cego como já somos
Digo, cegos de verdade
A que ponto vemos nossas mentiras
No escuro tudo é instinto
Tudo é visto, não pelos olhos mais sim pelos atos
Se ninguém te observa, você é apenas o que você é
Mais se presença alheia te estampa a companhia
Lá vem os falsos valores e costumes irreais
Afinal, você não mataria por comida na frente de um padre
Mais no escuro, você mataria o padre para lhe servir ao estomago
Tudo dependeria do tamanho da tua fome
A minha, é fome de verdade, insaciável e que me causa ulcera,
Todo o codificar de uma sociedade, apenas pelas retinas e pupilas
Que pouco enxergam o que deveriam enxergar
Me pergunto se o branco é tão cego quanto o que é escuro
Afinal na penumbra nada é visto
Mais se toda a existência do branco penetrassem em nossos olhos
Dilatariam ao menos nossas retinas
Nos poupando de ver qualquer vulto
E ai sim, seriamos isentos de inverdades.
Escalafobéticos e orgânicos,
Mas ainda sim me perturba a idéia
De que só uma cegueira curaria outra.
Guilherme Radonni.
Fincados em qualquer calçada pouco limpa
Assistem sem intervalos o asfalto e o homem
Espetáculo pouco plausível
Assistir a deturpação dos homens sobre o produto cinzento
Que nos serve de solo.
E se fossemos todos cegos?
Não, não cego como já somos
Digo, cegos de verdade
A que ponto vemos nossas mentiras
No escuro tudo é instinto
Tudo é visto, não pelos olhos mais sim pelos atos
Se ninguém te observa, você é apenas o que você é
Mais se presença alheia te estampa a companhia
Lá vem os falsos valores e costumes irreais
Afinal, você não mataria por comida na frente de um padre
Mais no escuro, você mataria o padre para lhe servir ao estomago
Tudo dependeria do tamanho da tua fome
A minha, é fome de verdade, insaciável e que me causa ulcera,
Todo o codificar de uma sociedade, apenas pelas retinas e pupilas
Que pouco enxergam o que deveriam enxergar
Me pergunto se o branco é tão cego quanto o que é escuro
Afinal na penumbra nada é visto
Mais se toda a existência do branco penetrassem em nossos olhos
Dilatariam ao menos nossas retinas
Nos poupando de ver qualquer vulto
E ai sim, seriamos isentos de inverdades.
Escalafobéticos e orgânicos,
Mas ainda sim me perturba a idéia
De que só uma cegueira curaria outra.
Guilherme Radonni.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Desarranjo dos arranjados.
Como?
Me diz como posso ter aquilo que minhas mãos não alcançam
Aos olhos, soa como miragens de outrora
E nem contemplação basta para cessar tal vontade,
Tal devoção já se tornou maior que eu,
Escorre pela ponta dos dedos
E vaza a cada centímetro perfurado
Dance comigo, te embalo na valsa da eternidade
Enquanto gravo teus movimentos numa lembrança sem fim
Vamos, deixe-se deitar sobre o torço que te louva
Rogo teus seios, teus olhos
E cada centímetro de cobre de teus cabelos
Seja minha, enquanto o resto
Torna-se restante e sem relevância
Mais antes me explica como posso ter o que não é meu
Carne alheia que não me pertence, sentimento voraz que me consome
E nem sequer existe para o que é recíproco.
Triste existência, que me confunde o peito
Não sei amar, não sei cantar
E também não sei ser mais do que eu
E se isso não bastar?Passo a eternidade sem teu semblante
Tal veredicto torna minha sentença devastadora
Arde-me os olhos pensar que não poderei te ver
A cada passar de hora, a cada termino de dia, a cada devaneio roubado
Do cheiro doce da pele tua.
O que fazer se não te encontrar nesta vida?
Como posso sentir incomensurável saudade
Daquilo que nunca tive, daquilo que nunca me tocou os dias
Me explica como.
Como posso amar aquilo que nunca existiu?
Vá embora fugaz dor a me apertar às entranhas
Desapareça do meu peito,
Antes que dor maior manche minhas mãos de vermelho
Não sou tão grande para suportar tal tormento
E se não pode estampar minha pele com a tua
Então não tinja meus minutos de dor e vazio
Fome, tenho fome.
Suplico para cessar-me tal lacuna, antes que ela me cesse
Amor não é um sentimento
È um dom, dom esse que não tenho
Dom esse que sou isento,
Sofrimento, tortura de não ter o que lhe cabe
O que lhe serve
E a mim,
Só você me serve, só você me cabe
E se não te terei nessa vida
Calo tal vazio, com aquilo que se chama
Silencio, manchado de vermelho
Estacado no peito
E ferido em meu leito.
Mas antes me explica como.
Guilherme Radonni
Me diz como posso ter aquilo que minhas mãos não alcançam
Aos olhos, soa como miragens de outrora
E nem contemplação basta para cessar tal vontade,
Tal devoção já se tornou maior que eu,
Escorre pela ponta dos dedos
E vaza a cada centímetro perfurado
Dance comigo, te embalo na valsa da eternidade
Enquanto gravo teus movimentos numa lembrança sem fim
Vamos, deixe-se deitar sobre o torço que te louva
Rogo teus seios, teus olhos
E cada centímetro de cobre de teus cabelos
Seja minha, enquanto o resto
Torna-se restante e sem relevância
Mais antes me explica como posso ter o que não é meu
Carne alheia que não me pertence, sentimento voraz que me consome
E nem sequer existe para o que é recíproco.
Triste existência, que me confunde o peito
Não sei amar, não sei cantar
E também não sei ser mais do que eu
E se isso não bastar?Passo a eternidade sem teu semblante
Tal veredicto torna minha sentença devastadora
Arde-me os olhos pensar que não poderei te ver
A cada passar de hora, a cada termino de dia, a cada devaneio roubado
Do cheiro doce da pele tua.
O que fazer se não te encontrar nesta vida?
Como posso sentir incomensurável saudade
Daquilo que nunca tive, daquilo que nunca me tocou os dias
Me explica como.
Como posso amar aquilo que nunca existiu?
Vá embora fugaz dor a me apertar às entranhas
Desapareça do meu peito,
Antes que dor maior manche minhas mãos de vermelho
Não sou tão grande para suportar tal tormento
E se não pode estampar minha pele com a tua
Então não tinja meus minutos de dor e vazio
Fome, tenho fome.
Suplico para cessar-me tal lacuna, antes que ela me cesse
Amor não é um sentimento
È um dom, dom esse que não tenho
Dom esse que sou isento,
Sofrimento, tortura de não ter o que lhe cabe
O que lhe serve
E a mim,
Só você me serve, só você me cabe
E se não te terei nessa vida
Calo tal vazio, com aquilo que se chama
Silencio, manchado de vermelho
Estacado no peito
E ferido em meu leito.
Mas antes me explica como.
Guilherme Radonni
domingo, 9 de agosto de 2009
Ao teu reinado.
Eu que sempre fui bom com as palavras, versos e fonemas
Me encontrei sem expressão pra dizer o que sinto
O que é ser filho?
Ser fruto de uma junção da carne?
Ser produto da soma individual de reis e rainhas?
Seja o que for, sou teu,
Teu filho, tua prole, teu fruto, teu produto
Sei, peso no bolso e na cabeça
Compenso, ainda não sei de que forma
E se afeto me falta no gesto
Tenha certeza, transborda no peito
Admiro tuas horas gastas que te derrama suor
Feito de rotina,
Louvo tuas costas, que carregam mais do que a própria carne
Carregam uma rainha, teus filhos e um reinado inteiro feito de convívio
Tem de ser muito homem ou muito forte
Para não sentir o peso que uma família traz
E você alivia tal peso, no modo como vê as horas
Não es insano, es companheiro de muitos
Es calmo e sempre paciente
Traz no gesto a alegria de permanecer sóbrio
E faz calmaria no tormento do lar.
Não me esqueço de um dia corriqueiro
Manhã de semana e como sempre o destino era o mesmo
Você levava a todos em sua carruagem feita de metal
E eu inquieto perguntei
“Você não cansa deste itinerário?”
Então respondeu como quem sempre soube a resposta
“É por isso que sempre faço caminhos diferentes”
Isso,guardei no peito, enquanto enxergava coisas que não via
Porque reclamar da rotina, da vida, desta ânsia que sempre tive
Quando posso enxergar as coisas de outro modo
E já que tenho de cumprir minhas horas, que faça cada dia de um modo diferente.
Amo-te homem
Tu que foi meu progenitor, meu investidor, meu ponto de fuga
E nunca cobrou nada em troca,
Es Rei de um reinado, talvez sem ouro, prata ou qualquer metal precioso
Mais tem riquezas que o tempo não dilui,
Família e admiração.
De herança espero tua lembrança,
Esta tenho certeza jamais se apagara de minhas vísceras ou veias
Carrego no sangue teus cromossomos,
Carrego nos calos teu trabalho
E carrego no peito meu afeto por ti.
E quando precisar de reparos, devido ao mal trato do tempo
Estarei lá, feito mecânico em carro velho
Feito muleta em joelhos fracos,
Feito filho, em dia dos pais.
De um louco ao teu rei
Guilherme Radonni.
Me encontrei sem expressão pra dizer o que sinto
O que é ser filho?
Ser fruto de uma junção da carne?
Ser produto da soma individual de reis e rainhas?
Seja o que for, sou teu,
Teu filho, tua prole, teu fruto, teu produto
Sei, peso no bolso e na cabeça
Compenso, ainda não sei de que forma
E se afeto me falta no gesto
Tenha certeza, transborda no peito
Admiro tuas horas gastas que te derrama suor
Feito de rotina,
Louvo tuas costas, que carregam mais do que a própria carne
Carregam uma rainha, teus filhos e um reinado inteiro feito de convívio
Tem de ser muito homem ou muito forte
Para não sentir o peso que uma família traz
E você alivia tal peso, no modo como vê as horas
Não es insano, es companheiro de muitos
Es calmo e sempre paciente
Traz no gesto a alegria de permanecer sóbrio
E faz calmaria no tormento do lar.
Não me esqueço de um dia corriqueiro
Manhã de semana e como sempre o destino era o mesmo
Você levava a todos em sua carruagem feita de metal
E eu inquieto perguntei
“Você não cansa deste itinerário?”
Então respondeu como quem sempre soube a resposta
“É por isso que sempre faço caminhos diferentes”
Isso,guardei no peito, enquanto enxergava coisas que não via
Porque reclamar da rotina, da vida, desta ânsia que sempre tive
Quando posso enxergar as coisas de outro modo
E já que tenho de cumprir minhas horas, que faça cada dia de um modo diferente.
Amo-te homem
Tu que foi meu progenitor, meu investidor, meu ponto de fuga
E nunca cobrou nada em troca,
Es Rei de um reinado, talvez sem ouro, prata ou qualquer metal precioso
Mais tem riquezas que o tempo não dilui,
Família e admiração.
De herança espero tua lembrança,
Esta tenho certeza jamais se apagara de minhas vísceras ou veias
Carrego no sangue teus cromossomos,
Carrego nos calos teu trabalho
E carrego no peito meu afeto por ti.
E quando precisar de reparos, devido ao mal trato do tempo
Estarei lá, feito mecânico em carro velho
Feito muleta em joelhos fracos,
Feito filho, em dia dos pais.
De um louco ao teu rei
Guilherme Radonni.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Xícaras, lençóis, asfalto e folhas brancas.
Abraço a xícara, como quem nunca recebeu um abraço
Faço dela protegida, e deixo o vapor do café esquentar meu rosto
Enquanto o conforto, toma a sala
Fazendo cena de bolso, virar repouso
È isso que espero de ti,
Seja uma xícara em minha mesa
Espere inquieto meu lábio encostar tuas bordas
E quando minha cede cessar, seque.
Marcho de volta à cama,
Não tenho vontade de olhar o céu nem abrir a janela
Invado a cama novamente e me deixo enrolar nos lençóis
Que se enroscam no meu torço
E me embriagam de sono dormido
E é isso que espero de ti
Seja os lençóis da minha cama
Prontos pra cobrir cada centímetro do meu tormento
Me fazer dormir na euforia das horas
E me sedar com o algodão de teu comprimento
E quando eu despertar, com vontade de rotina
Dobre-se até o frio chegar.
Caminho incessante pelas calçadas alheias
Enquanto exploro cada perímetro do asfalto
E imagino quantos pés ali pisaram
Me satisfaço na rua, no asfalto, no piche e no semáforo
E é isso que espero de ti
Seja o asfalto a beijar meu solado
A rua que caminho em dia quente
Enquanto corro da rotina gasta
E quando minha fobia de metrópole chegar
Escorra pelos bueiros das calçadas.
Ai me vem à inspiração, vejo o branco do papel
A me seduzir com versos imagináveis
Seguro calorosamente o lápis
E começo a proferir prosas de devaneios
E é isso que espero de ti
Seja uma folha branca
Onde eu tinjo os delírios da minha insanidade
Gozo de versos, fonemas e saudades
E quando eu estiver farto de papel e lápis
Se amasse.
Enquanto espera outro minuto de inspiração
Agora sem inverdades ou analogias substancias
O que espero de ti
É o que espero de mais ninguém
Sim, xícaras, lençóis, asfalto e folhas brancas.
Me satisfazem momentaneamente
Mais você, é mais que isso
Você é minha sede, meu sono, minha vontade e minha inspiração.
Es o verbo e não o substantivo
E agora que dei o mapa,
Seja ele, e trilhe caminhos por onde eu não passei.
Guilherme Radonni
Faço dela protegida, e deixo o vapor do café esquentar meu rosto
Enquanto o conforto, toma a sala
Fazendo cena de bolso, virar repouso
È isso que espero de ti,
Seja uma xícara em minha mesa
Espere inquieto meu lábio encostar tuas bordas
E quando minha cede cessar, seque.
Marcho de volta à cama,
Não tenho vontade de olhar o céu nem abrir a janela
Invado a cama novamente e me deixo enrolar nos lençóis
Que se enroscam no meu torço
E me embriagam de sono dormido
E é isso que espero de ti
Seja os lençóis da minha cama
Prontos pra cobrir cada centímetro do meu tormento
Me fazer dormir na euforia das horas
E me sedar com o algodão de teu comprimento
E quando eu despertar, com vontade de rotina
Dobre-se até o frio chegar.
Caminho incessante pelas calçadas alheias
Enquanto exploro cada perímetro do asfalto
E imagino quantos pés ali pisaram
Me satisfaço na rua, no asfalto, no piche e no semáforo
E é isso que espero de ti
Seja o asfalto a beijar meu solado
A rua que caminho em dia quente
Enquanto corro da rotina gasta
E quando minha fobia de metrópole chegar
Escorra pelos bueiros das calçadas.
Ai me vem à inspiração, vejo o branco do papel
A me seduzir com versos imagináveis
Seguro calorosamente o lápis
E começo a proferir prosas de devaneios
E é isso que espero de ti
Seja uma folha branca
Onde eu tinjo os delírios da minha insanidade
Gozo de versos, fonemas e saudades
E quando eu estiver farto de papel e lápis
Se amasse.
Enquanto espera outro minuto de inspiração
Agora sem inverdades ou analogias substancias
O que espero de ti
É o que espero de mais ninguém
Sim, xícaras, lençóis, asfalto e folhas brancas.
Me satisfazem momentaneamente
Mais você, é mais que isso
Você é minha sede, meu sono, minha vontade e minha inspiração.
Es o verbo e não o substantivo
E agora que dei o mapa,
Seja ele, e trilhe caminhos por onde eu não passei.
Guilherme Radonni
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Glicose e pregadores de varal.
Se a procedência do corpo transcendesse a da alma
Ai sim, seriamos seres incapazes
Seriamos instinto sem razão
Eros, sem psique
Dei-me um piano, que eu lhe dou uma performance
Dei-me um acordeão e eu te dou noites nas calçadas inertes
E se todas as calçadas contassem historias
As que eu passei contariam aos berros e delírios
Sobre todos os calcanhares que ali pisaram
Afim de ultrapassar, atravessar, ou simplesmente se estagnar
Sim, morro a cada minuto
Vivo a cada segundo, pois uma hora pra mim
E uma vida pras formigas,
E caminhar sem itinerário, é atômico e plausível
Faça de mim um terminal sem final
Que transborda a cada conto, a cada lábio, a cada torço
Toque uma valsa, e eu prometo
Escandalizar cada centímetro do meu corpo enquanto
Minha carcaça, contrai, distrai, retrai
Sem sequer fazer mudo o tablado que me sustenta
Gritai-vos, sobre a intolerância da carne
Enquanto suplicamos pela epidemia final
Não faço retas em minas linhas
Pois a cada uma, aborto os rabiscos
Das espirais momentâneas.
Sirva de inspiração ao concerto que desconcerta
Dou-lhe um ombro e você me doa sua omoplata
Danificada, ao mal trato das horas
Sem doses de analgésicos ou alucinógenos
E ainda sim, pouco lúcida
Confesso, tenho medo de terminar a xícara de café
Sem antes terminar de devorar teus restos
Peço, fique a mesa, fique a cabeceira
Fique em mim, estendido sobre a lavanderia
Seque-me com o calor dos infortúnios
Depois me dobre e me leve no teu bolso.
Hoje, já não sei porque insisto em escrever
De qualquer modo, escrevo enquanto descrevo.
Sobre mim, ou meu vicio de glicose
Nem se eu comece todo o açúcar do mundo
Minhas horas seriam doces,
E mesmo se eu fosse diabético
Tão excesso não me mataria
Pois nem as enfermidades me ferem mais.
Guilherme Radonni
Ai sim, seriamos seres incapazes
Seriamos instinto sem razão
Eros, sem psique
Dei-me um piano, que eu lhe dou uma performance
Dei-me um acordeão e eu te dou noites nas calçadas inertes
E se todas as calçadas contassem historias
As que eu passei contariam aos berros e delírios
Sobre todos os calcanhares que ali pisaram
Afim de ultrapassar, atravessar, ou simplesmente se estagnar
Sim, morro a cada minuto
Vivo a cada segundo, pois uma hora pra mim
E uma vida pras formigas,
E caminhar sem itinerário, é atômico e plausível
Faça de mim um terminal sem final
Que transborda a cada conto, a cada lábio, a cada torço
Toque uma valsa, e eu prometo
Escandalizar cada centímetro do meu corpo enquanto
Minha carcaça, contrai, distrai, retrai
Sem sequer fazer mudo o tablado que me sustenta
Gritai-vos, sobre a intolerância da carne
Enquanto suplicamos pela epidemia final
Não faço retas em minas linhas
Pois a cada uma, aborto os rabiscos
Das espirais momentâneas.
Sirva de inspiração ao concerto que desconcerta
Dou-lhe um ombro e você me doa sua omoplata
Danificada, ao mal trato das horas
Sem doses de analgésicos ou alucinógenos
E ainda sim, pouco lúcida
Confesso, tenho medo de terminar a xícara de café
Sem antes terminar de devorar teus restos
Peço, fique a mesa, fique a cabeceira
Fique em mim, estendido sobre a lavanderia
Seque-me com o calor dos infortúnios
Depois me dobre e me leve no teu bolso.
Hoje, já não sei porque insisto em escrever
De qualquer modo, escrevo enquanto descrevo.
Sobre mim, ou meu vicio de glicose
Nem se eu comece todo o açúcar do mundo
Minhas horas seriam doces,
E mesmo se eu fosse diabético
Tão excesso não me mataria
Pois nem as enfermidades me ferem mais.
Guilherme Radonni
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Seja louco mas...
Os loucos de história pra contar...
Os loucos de coração...
Os loucos pelos loucos.
A loucura de viver a aventura,
A loucura da adrenalina na cena,
A cena de loucura.
Quando se constrói a insanidade,
Se tem afeto por esta.
Foi assim que passou as horas,
Assistindo os delírios de desconhecidos.
As loucas de carros roubados...
As loucas das unhas vermelhas...
As loucas por vermelho.
Seja louco,
Mas não seja livre.
Prenda a sua loucura com o seu papagaio,
Apenas nunca repita o que mais ouve.
E assim que a maçaneta rolar,
Repare.
Quanto mais cedo se safar,
Mais cedo vai soltar seus devaneios e contaminar os prédios altos.
Dê banho e deslumbre a loucura,
Para que ela renasça a cada bolha de sabão.
Dance ao chiado do cantor,
Pinte o seu parceiro,
Limpe-o como uma psicopata o limparia.
Mas lembre-se...
Seja louco,
Mas não seja livre.
Eles virão te buscar.
Tábatta Iori [01.08.09]
Os loucos de coração...
Os loucos pelos loucos.
A loucura de viver a aventura,
A loucura da adrenalina na cena,
A cena de loucura.
Quando se constrói a insanidade,
Se tem afeto por esta.
Foi assim que passou as horas,
Assistindo os delírios de desconhecidos.
As loucas de carros roubados...
As loucas das unhas vermelhas...
As loucas por vermelho.
Seja louco,
Mas não seja livre.
Prenda a sua loucura com o seu papagaio,
Apenas nunca repita o que mais ouve.
E assim que a maçaneta rolar,
Repare.
Quanto mais cedo se safar,
Mais cedo vai soltar seus devaneios e contaminar os prédios altos.
Dê banho e deslumbre a loucura,
Para que ela renasça a cada bolha de sabão.
Dance ao chiado do cantor,
Pinte o seu parceiro,
Limpe-o como uma psicopata o limparia.
Mas lembre-se...
Seja louco,
Mas não seja livre.
Eles virão te buscar.
Tábatta Iori [01.08.09]
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