Foi assim, numa tarde ensolarada a cinco (tão longes) anos,
Jogados no tablado, de olhos fechados
Sem pensar em nada que não fosse o sentir
E digo “sentir” da maneira mais intuitiva da palavra
Ali descobri o que era poesia
E depois disso acho que me viciei
Tentando sempre inclinar o ângulo,
Para que os eixos percam a direção.
Rabiscando palavras desconexas nas paredes,
Só para depois juntá-las com a ponta dos dedos.
Servir ao poético, sem pudor ou regra
Apenas deixar que o cheiro da brisa do mar te leve
Para longe de si,
Pois noite de maré alta, cura o que é ferida da alma
Enquanto ao mar.
Nunca para... No entanto esta no mesmo lugar.
E vejo isso como um reflexo de fluxo continuo
Onde todos nós andamos e andamos
Incansavelmente andamos
E continuamos no mesmo lugar.
Quanto a mim
Levo a poesia nos olhos
Atrás das pupilas num cordão tênue de vento
Que me transborda quando a minha carcaça
Fica pequena pro sentir. Aí transmuta
E vira lágrima,
Ou grito,
Ou dança.
Guilherme Radonni.
Nenhum comentário:
Postar um comentário