Que esta agonia insólita parta de mim
E deixe meu corpo inquieto descansar
Poís só por hoje,
Desestirei da minha alma teimosa
Que insiste em vagar sozinha
Neste terreno vázio e tristonho.
Esquartejado entre cacos de vidro
O meu reflexo torturado
Sangue coagulado
Cicatrizes que escorrem pela minha infância perdida
Que saudades tenho,
Dos tempos em que eu não pensava no tempo
Mas agora os ponteiros me cortam,
Furam meus olhos
Levam minha pausa.
No entanto, o céu continua caíndo
Engolindo as nuvens e despejando essa chuva acída
Sobre a feminilidade das cores
Enquanto ao cinza?
Esse me causa uma dor aguda
Que faz manchar as paredes que tenho atrás dos olhos
De uma menira tão escalafobética
Que nem eu mesmo posso tentar descrever
Hoje quando acordei, tudo tinha um tom cinza
E as minhas lágrimas... inuteis
Não limparam minha maneira de ver
Já não enxergo mais.
Guilherme Radonni
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