terça-feira, 14 de junho de 2011

Fantasia silenciada.

- Moço, que horas chega a fantasia?
- Chega o quê?
- A fantasia moço... me disseram que era aqui...
- Mas a fantasia não chega, ela está.
- Aé? Então, onde?
- Depende. O que você esta falando eim garotinha?
- É que um dia vim aqui e tinha um monte de crianças com brilho nos olhos e disseram que tinham visto a fantasia...moço, me dá um pedaço do seu pão?
- Claro, pega um aqui ó...
- Obrigada.

Silêncio de fome.

- Vamos fazer o seguinte: passa aqui amanhã, que eu vou me informar e te aviso quando ela chaga, pode ser?
- Tá... eu não prometo moço, porque tenho que trabalhar, se der tempo eu venho.
- Tá... [pausa] não anda descalço florzinha... vai resfriar-se.

Silêncio de frio.

Sol seguinte...
A espera do homem segurança, pela garotinha trabalhadora.

Só espera...

Mesma noite.
Sol da noite adiante.
- Aah! Bom dia menina. O que faz deitada aí tão cedo?
- É que sonhei com a dona fantasia esta noite, aí pensei seu se sonhasse com ela aqui ela poderia aparecer.
- Entre meu anjo, esta frio, tenho cobertores aqui.
- Não há tempo, tenho de ir trabalhar...
- Mas olha, tem fantasia aqui daqui a pouco...
- Mesmo moço?!

Silêncio de felicidade.

- Então não me permito ir as ruas hoje... vou esperar, não é melhor?

Ansiedade silenciosa.
Horas passam. Chegada de muitos seres humanos pequenos não trabalhadores.

- Florzinha, acorde! A fantasia acabou de entrar por aquela porta... vá até lá e vire a direita...

ENTRADA:
TEATRO MUNICIPAL - PLATÉIA: ->

Caminhar lento e felicitado da garotinha.
Começo da magia.

Término.
Saem todas as outras crianças, a menina flor mantêm-se intacta na poltrona.

- Meu anjo, o que achou?
- Moço... obrigada!! A fantasia é linda. Acho que me levou com ela...

Lágrimas de silêncio.

- Mas agora tenho de acordar...onde colocou meu material de trabalho? Aliás... o senhor que engrachar seus sapatos?

Lágrimas de homem adulto.

Tábatta Iori

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