quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vazamento de tinta fresca.

Talvez o exagero do branco,

Talvez o excesso de claridade

Já não importa mais

Só depois de realmente fechar os olhos.

Pude enxergar.

È como se a luz tivesse vazado pela minha pele

E nesse vazamento iluminou só aquilo

Que deveria ser mostrado

Percepção alterada,

Tudo é contraste, tudo é sensorial

Até que ponto a realidade é fato

Talvez a visão deturpada pela dilatação das pupilas

Já não tenha referência sobre o que é um corpo

Nada é um corpo

Tudo é apenas uma representação

Uma projeção sobre luz e sombra

Que a antimatéria registra como objeto

E cabe a nós alimentar a crença desse objeto

Com um pouco de fé e muita ignorância.

Já não vejo lógica na matemática

Não se pode calcular a inexistência

E não sei o nome daquela cor que esta tingindo o céu

Só me sinto afogado nela, e tentando descobrir

Com que cor se parece,

Quero inventar uma nova cor,

Contamina-la com um pouco de mim

E pintar todos os muros e mares com ela

Depois chamá-la de cor-de-catatonia

Quem sabe a loucura salve o mundo

Ou pelo menos salve a mim.

Prometi não coloca-la nesse poema

Mas como? Se tudo que escrevo é para ti

Todas as interrogações é perguntando onde você esta

Todas as virgulas são somente para te incluir

Mas eu nunca fui bom com promessas

Nem com poesias de amor

Só sei sobre o vazio

Sobre esse vácuo a atropelar tudo

Deixando teu cheiro como rastro

Mas não posso falhar agora

Essa é minha ultima tentativa

Tenho de ir, tenho de terminar o que comecei

A tinta já esta secando.

Guilherme Radonni

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