Talvez o exagero do branco,
Talvez o excesso de claridade
Já não importa mais
Só depois de realmente fechar os olhos.
Pude enxergar.
È como se a luz tivesse vazado pela minha pele
E nesse vazamento iluminou só aquilo
Que deveria ser mostrado
Percepção alterada,
Tudo é contraste, tudo é sensorial
Até que ponto a realidade é fato
Talvez a visão deturpada pela dilatação das pupilas
Já não tenha referência sobre o que é um corpo
Nada é um corpo
Tudo é apenas uma representação
Uma projeção sobre luz e sombra
Que a antimatéria registra como objeto
E cabe a nós alimentar a crença desse objeto
Com um pouco de fé e muita ignorância.
Já não vejo lógica na matemática
Não se pode calcular a inexistência
E não sei o nome daquela cor que esta tingindo o céu
Só me sinto afogado nela, e tentando descobrir
Com que cor se parece,
Quero inventar uma nova cor,
Contamina-la com um pouco de mim
E pintar todos os muros e mares com ela
Depois chamá-la de cor-de-catatonia
Quem sabe a loucura salve o mundo
Ou pelo menos salve a mim.
Prometi não coloca-la nesse poema
Mas como? Se tudo que escrevo é para ti
Todas as interrogações é perguntando onde você esta
Todas as virgulas são somente para te incluir
Mas eu nunca fui bom com promessas
Nem com poesias de amor
Só sei sobre o vazio
Sobre esse vácuo a atropelar tudo
Deixando teu cheiro como rastro
Mas não posso falhar agora
Essa é minha ultima tentativa
Tenho de ir, tenho de terminar o que comecei
A tinta já esta secando.
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