Porque o caos está em tudo.
Nos olhos que se abrem e só enxergam o cinza
Na voz que grita sem volume
No telefone que toca sem ter alguém na linha
Tudo.
A nossa percepção sobre o caos
È que instintivamente produz o caótico
Visto isso, o caos esta em nós
Sobre nós e por nós.
E a reverberação disso,
É o existencialismo a escorrer nos muros
Nas paredes de pele e no chão de carne
O que se tem a fazer?
Canibalismo não é a pratica mais comum
E ainda que conseguíssemos demolir as paredes
Não poderíamos demolir o chão.
Resta a loucura
Endoidecer para crer numa fuga
Criar sua própria religião
E amar o caos.
Sem ordem ou limite
Simplesmente amar,
Em toda a estrutura que acreditamos ser o amor
Agora corra, salte sobre os carros,
Espere o trem com a cabeça nos trilhos
Escorregue a faca para dentro de si mesmo
Não faço apologia ao suicídio
Não incentivo á fraqueza
Somente admiro a coragem
Pois eu, não a tenho
Sou somente uma tentativa frustrada
Do que chamamos de arte
Que só consegue ficar aqui assistindo ao caos
Devaneando sobre as linhas enquanto ouve vozes
E no meu choro
O pranto de outros
E na minha dança a música alheia
E no meu grito o silêncio
Sempre o silêncio á atropelar tudo
A fazer poeira do som
A causar dor nos ouvidos
Me calo, já falei de mais
Olhe para o espelho e verá o caos.
Guilherme Radonni.
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