quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Reflexo.

Porque o caos está em tudo.

Nos olhos que se abrem e só enxergam o cinza

Na voz que grita sem volume

No telefone que toca sem ter alguém na linha

Tudo.

A nossa percepção sobre o caos

È que instintivamente produz o caótico

Visto isso, o caos esta em nós

Sobre nós e por nós.

E a reverberação disso,
É o existencialismo a escorrer nos muros
Nas paredes de pele e no chão de carne
O que se tem a fazer?

Canibalismo não é a pratica mais comum
E ainda que conseguíssemos demolir as paredes
Não poderíamos demolir o chão.
Resta a loucura

Endoidecer para crer numa fuga
Criar sua própria religião
E amar o caos.
Sem ordem ou limite

Simplesmente amar,

Em toda a estrutura que acreditamos ser o amor

Agora corra, salte sobre os carros,

Espere o trem com a cabeça nos trilhos

Escorregue a faca para dentro de si mesmo
Não faço apologia ao suicídio
Não incentivo á fraqueza
Somente admiro a coragem

Pois eu, não a tenho

Sou somente uma tentativa frustrada

Do que chamamos de arte

Que só consegue ficar aqui assistindo ao caos

Devaneando sobre as linhas enquanto ouve vozes

E no meu choro

O pranto de outros

E na minha dança a música alheia

E no meu grito o silêncio
Sempre o silêncio á atropelar tudo

A fazer poeira do som

A causar dor nos ouvidos
Me calo, já falei de mais
Olhe para o espelho e verá o caos.

Guilherme Radonni.





Nenhum comentário:

Postar um comentário