Naquela noite em que as estrelas furavam o céu
E a transparência dos meus olhos refletiam a brancura da lua
Metaforizando-me como um corpo transluzente
E me unindo em sincronia a valsa interplanetária,
Pude sentir o que era etérico transbordando de mim
Esvaziando meu corpo, trocando de órbita... e nessa transfusão,
Descobri um vácuo do tamanho de um grão
Uma lacuna estreita, onde um meteoro me atropelou sem eufemismo
Deixando de herança o seu rastro flamejante
Fincado no espaço do meu próprio espaço.
Acho que no exato instante,
Fui o mais triste que já consegui ser
E não por estar sendo mutilado por um astro
Mas por descobrir em meu próprio vácuo
A distância que sinto de você
Logo de você, que nunca nem vi
Que nunca apertei na dança de meus braços
Não sei como é, e nem como canta
Nem sei que cheiro tem,
Quando descansa sobre a sombra
Mesmo assim te tenho em mim
Como a certeza que rege a gravidade
Esperando que a lei da atração
Me leve para perto de tua particularidade.
(Para um planeta [não] tão distante).
Guilherme Radonni.
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