quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Revolta de um miserável, que vende a fome pra comprar status

O que são discursos perto de fatos?
Nem sempre a demagogia de folhetim
Serve à política de bolso.
Concepção do individuo abandonado
Em qualquer calçada do desespero
Situações extremas equivalem a atitudes imorais
Irracionais, são as migalhas divididas entre bocas que tem fome
Não falo de fome material, falo de fome ideológica
Quando se esta na merda, já não faz diferença
Correr ou ficar, da na mesma.
Sabe aquelas moedas que encontramos embaixo do sofá
Quando se não tem mais nem uma nota na carteira
È meu amigo, não tem mais nada embaixo do sofá
E muito menos na carteira
A solução, é assaltar o congresso nacional
Dinheiro lavado, é dinheiro limpo
Não é?
Então vamos, vamos roubar dignidade
De quem vende sanidade nas ruas
Nos becos e nos bueiros
Deste aglomerado de gente e asfalto
Chamado São Paulo
Depois assine nosso plano de fuga
Como sem itinerário
Admito, enquanto omito
Nossa pobreza não nos torna indiferentes
Miseráveis talvez, mas ainda sim com relevância
Pois uma arma, mesmo que sem balas
Oprime na mão de qualquer um
Preto, branco, vermelho ou verde
Sem distinção de monocromia
Sem subdivisão de mediocridade
O que importa agora, é a necessidade
Escolha entre ser antropófago ou ser banquete
De qualquer modo ou de qualquer maneira
O revolver continuara sem balas
Então atire vácuo por entre as entranhas
Epílogo, sem recapitulação
Consuma tua fúria e execute-a
Quando cessar, roube qualquer carruagem de metal
E fuja pro azul
Êxodo urbano, em direção a areia, mar e sal
Lá sim, podemos nos afogar de verdade
E não de miséria
Comer o por do sol, e tragar o horizonte
Quando chegar, tire os sapatos
Pra que a sola incriminada,
Não contamine o litoral.

Guilherme Radonni.

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