terça-feira, 5 de junho de 2018

Entrelaçados

Não cabe em meu peito
Tudo o que sinto agora
Por isso transbordo
Essa água que inunda tudo
Aqui dentro de mim
Desaguando os nós
E as amarras do destino
Para poder aceitar  o fio
Que tece a teia de todas as historias
As que vem e as que vão
Mas o que fazer com aquelas
Que no fundo sempre ficam
Como sonhos encontrados
Que não queremos perder?
Quando abrimos os nossos olhos
Para o que chamam de realidade
E vemos na linha do tempo e do espaço
Nossos caminhos se separando
Mas como se separa o coração?
Que continua ligado por um fio tão forte
Que parece rasgar meu peito
Só para uma parte de mim
Voar junto contigo
Para não crer na ilusão da separação
Pois além desta gaiola
O amor cria asas para abraçar a imensidão
Mesmo que hoje meu ninho vazio
Sinta a dor da tua ausência
O teu calor ainda me arde
Feito brasas em meu coração
Onde me entrego
E as vezes me queimo
Para transformar o medo
Que se esconde
Atrás do véu da paixão
Afogando os sonhos da alma
Nas lágrimas que não caíram
Só para lavar as feridas
Que ainda não cicatrizaram
Mas o amor sana tudo
Até o gosto amargo
Que as vezes a vida tem
Entre a doçura das flores
O espinho da rosa me ensina
A amar além do perfume
Que seduz da abelha ao beija-flor
Sou teu ninho e a tua coméia
Enquanto planto teu nome
No jardim do meu próprio peito
Regando os sonhos que enxerguei
No espelho do teu olhar
Enquanto aguardo o tempo
Nos permitir florescer
Para espalharmos as sementes
Que brotaram do nosso amor.

Guiel








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