Entre uma valsa e outra
Fujo do ritmo, quebro o compasso
Esqueço do mundo
Porque o que é veloz
Fere meus olhos, rasga meu ser
Amputa a minha calma
É por isso que eu danço tanto
Pra esquecer da velocidade das horas
Pois quando valso
Crio o meu tempo
Já quando caiu,
Invento o meu próprio buraco
Que é sempre mais fundo do que esse abismo
Talvez essa ansiedade que sinto apressando meu corpo
Seja trauma do tempo dos homens
É ter essa massa me empurrando pra frente
Sem deixar eu seguir dançando
Apenas me espreitando pra mais perto da beira
Fazendo eu perder o passo
Tropeçando sempre na mesma pedra
Seria tão mais fácil se as pessoas dançassem na rua
Ao invés de seguir cada um o teu caminho estreito
Tão estreito que anula o outro
Como um corredor apertado
Onde só se cabe a tua pressa
É como passar em um desfiladeiro
Se esbarra em um lado, desmorona
Se fica preso no outro, sufoca.
Quero fugir do cinza veloz
Abraçar um cometa
E dançar a valsa intergaláctica da antigravidade
E se o tempo me permitir,
Quero voltar para o planeta de onde me tiraram
Pois lá o tempo não para, no entanto nunca passa.
Viva ao infinito!
Guilherme Radonni
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