sábado, 9 de julho de 2011

Ode á loucura angelical do gigante escritor.

Talvez você seja um anjo escritor

Que perdeu as tuas asas

E por isso se sente inquieto

Como se não coubesse na carcaça onde foi posto

Pois dentro de si

Algo quer voar,

Mas por fora,

Seus pés continuam no chão

Talvez seja essa tua oscilação

Ter um imã que te prende estático

E o outro que te atrai para um vão

Nesse vão

Libertação e policromia

No chão,

O concreto sem extasia

E eu, entre câmbios e saudações

Prosando com um gigante que me ensina sobe o sentir.

Quero criar uma câmara de eco

E gravar nela nossas prosas perdidas

Assim, quando a tristeza bater

Já sei pra onde fugir.

Que o acaso me permita

Estar no próximo quarteirão

Que tua felicidade contagiar

Mas confesso que navegaria

Pelos continentes obscuros

Que tua loucura tão simétrica a minha

Faz questão de apagar

Talvez porque no escuro, a luz não dilate nossas pupilas

E nossa visão deturpada,

Devaneie sem pudor

Pelas frestas manchadas

De psicodelia e ardor.

Se um dia eu encontrar tuas asas

Juro que costuro em tua carne

Com cor,cuidado e afeto

Por que nunca se sabe quando um anjo escritor

Cairá de novo neste planeta deserto.


(Resposta á “Descrição do personagem louco.”)


Guilherme Radonni.

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