Talvez você seja um anjo escritor
Que perdeu as tuas asas
E por isso se sente inquieto
Como se não coubesse na carcaça onde foi posto
Pois dentro de si
Algo quer voar,
Mas por fora,
Seus pés continuam no chão
Talvez seja essa tua oscilação
Ter um imã que te prende estático
E o outro que te atrai para um vão
Nesse vão
Libertação e policromia
No chão,
O concreto sem extasia
E eu, entre câmbios e saudações
Prosando com um gigante que me ensina sobe o sentir.
Quero criar uma câmara de eco
E gravar nela nossas prosas perdidas
Assim, quando a tristeza bater
Já sei pra onde fugir.
Que o acaso me permita
Estar no próximo quarteirão
Que tua felicidade contagiar
Mas confesso que navegaria
Pelos continentes obscuros
Que tua loucura tão simétrica a minha
Faz questão de apagar
Talvez porque no escuro, a luz não dilate nossas pupilas
E nossa visão deturpada,
Devaneie sem pudor
Pelas frestas manchadas
De psicodelia e ardor.
Se um dia eu encontrar tuas asas
Juro que costuro em tua carne
Com cor,cuidado e afeto
Por que nunca se sabe quando um anjo escritor
Cairá de novo neste planeta deserto.
(Resposta á “Descrição do personagem louco.”)
Guilherme Radonni.
Nenhum comentário:
Postar um comentário