De vez em quando
Assim como quem não quer nada
Um ar triste se aproxima de mim,
Pega minha mão e me leva para passear
Eu, bicho melancólico que sou,
Agarro em tua presença com força pra não me deixar
O medo de não sentir nada
Me conforta nos dedos da tristeza
Que me leva para andar de bicicleta
Para ir ao cinema, para viajar no final do ano
E assim como quem não quer nada
Faz ferida, fura os meus olhos
Me poe ao avesso
Deve ser por isso que não paro de chorar
Meus olhos estão vazando
Manchando meu olhar e o resto que se há para ver.
Meu poema é esse verso tristonho
Que eu faço para me consolar
Escrevo com letras de sangue
E apago para não lembrar
Quando o inverno chega
A tristeza não vem,
Ela diz que o cinza do céu,
Já basta para me deixar sem cor
Andando de cabeça inclinada para baixo
Pra ninguem notar o quanto eu não dormi
Ausência e saudades,
Das tardes jogadas na grama
Da musica dançando em mim
Da tristeza me levando pra passear
O inverno é sempre o mais vazio
Fico triste de pensar.
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