fiquei sem voz.
Disseram-me que soou mal,
aos olhos e bocas de quem não entende muito bem de angústia.
Se a angústia fosse algo público...
Fui à página anterior,
e vi que o grito havia parado.
Como uma estátua rouca e sem olhos.
Faltou ar no mundo naquela escrita,
por isso pintaram meu grito,
expuseram aos nobres,
e me trancaram na torre de papel.
Se eu me importo ?
Só porque hoje estou presa em calabouços,
mágicos e pouco limpos...
Não quer dizer que ficarei aqui para sempre,
quer ?
Ah ! Se a angústia fosse algo público...
Um grito, gritado, no ar.
Por alguém sem legendas em um livro,
nem deu tempo de marcarem na história.
Omitiram informações,
uns enlouqueceram,
destruíram cidades,
entraram em guerra...
- Menina muda, presa em um grito anterior.
Nunca mais falei nada...
Meu Deus ! Se a angústia fosse algo público...
Viva a liberdade omitida !
Tábatta Iori.
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