quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Saudade de resistir ao mundo com você.

Sinto falta dos nossos pés descalços

Dançando sobre o assoalho da casa

Sincronia de dois corpos que se sentem

Nosso improviso foi além

Matou o acaso

Depois disso ficamos cansados

De brincar de ser astronauta

Sim, tenho culpa de você

Desculpe,

Por não ter enfeitado

O teu mundo o bastante

Pra você poder continuar nele

Agora, o físico se desgastou

Os joelhos não dançam mais

E até a água parece querer secar.

Fechei os olhos e encontrei você

E nesse sonho tudo era feito de água

Nos afogávamos no nosso delírio

Derramávamos lágrimas de nostalgia e loucura

Quando abri os olhos, você não esta lá

Não estava dançando comigo

Nem tragando a fumaça

Nem amortecendo o impacto das horas

Agora? Sou nostalgia e loucura

Riso triste, musica muda.

Meu vicio não é saudade

Nem cigarros, nem vaidade

Meu vicio é sentir de mais

E não sentir nada

É ter essa profundidade

Pintando meu rosto

Sem ordem, sem partitura.

Mas resisto, afinal é o que me sobra

Resistir ao resto do mundo

Enquanto isso, finjo ser equilibrista

E nem sequer fui ao circo

Quando eu era criança.

Guilherme Radonni

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