terça-feira, 26 de outubro de 2010

EU QUERO A CURA !


Imaginar-se sozinho...

Já parou para pensar nisso? Na imensidão que é isso? Sim, porque você esta só, mas é imensa a solidão. Existe você e um resto, que por sinal é mais que gigante. Te engole. E te faz menor.

Agora pensa em estar só mas com milhares de pessoas ao seu lado? Aí já é vontade. Porque você sente-se só quando quer alguém com você que não pode ter. Ou até tem, mas não esta valendo. Putz, estar entre humanos e sentir-se solitário. É triste.

Até a palavra “só”, é um pouco sozinha.

E vazio? Estar vazio? Oco por dentro? Isso sim é triste. Porque estar só, ao menos é sentir. Agora estar vazio, haver um vazio dentro de você, é quase morte.

Quando sente falta de alguém então...

Acredite. Há um ser humano que sente um vazio solitário e ainda por falta de alguém.

Engraçado que é um vazio tão pesado...

- Ela me disse que não sabe mais se chora por saudade ou chora por não conseguir parar de chorar. Doutor, o que eu faço? – diz a mãe desesperada.

O médico sem ao menos mirar os olhos na garota diz:

- Interna. Vamos colocar algo dentro dela para ver se a preenche.

Se ao menos o ar fizesse efeito no peito.

Ela quer a cura !

“Pede para o tempo nos perdoar. Quem sabe assim ele mira os olhos na garota”

Tábatta Iori

domingo, 24 de outubro de 2010

Uma garota e seu boneco desconhecido abaixo de uma luz

[...]
Olhem... e vejam o que é a tristeza.
Mas olhem de verdade através dos meus olhos verdes...
Deus !
[...]

256 lugares ao vento

Rastros do contentamento fora do normal.
Eis aqui, o que acontece com a gravidade.
Surdos são aqueles que pensam e ouvem,
vitoriosos aqueles sepulcros.
Tomo do vinho, o veneno social.
Sim! Idéias são eternas.
Não! Minha saliva falta com sua precariedade...
fechem as mãos agora e vou indo para casa.
Paraíso...
Inferno !
Eis que surgem novas idéias!

Toc... Toc...
Já vai bater...
Já vai bater !
Sem doer o coração cálido,
sem ferir os dedos fétidos,
sem buscar a alma morta.
Lá se vai o meteorito,
lá se foi o brilho, de meus tristes olhos!

As paredes calcáridas formam o muro,
os pápeis limpos formam as algemas,
os porões estão a todo vapor...
e o calor, esta me fazendo sentir frio !
Não...
Não se vá doce lágrima,
não morra ao deleite da sociedade...
Não faça a mercê dos pobres !
Fuja,
fuja...
o contentamento de ter esperanças frias,
movem aquela cadeira...
tão só, como eu,
que vago sozinha...
pela eternidade a fora,
cega !
no escuro...
abro com um machado as correntes de um livro,
e nele...
encontro-me.
Sim...
vá... corra...
encontre-me doce cadeira,
para que eu possa descansar minha tristeza...

Há alguém velho demais...
Há alguém novo demais...

Aaaaaaaaaaaah !
Abram as portas da floresta...
fabriquem o perfume das flores...
descubram um planeta morto.
Têm-se os olhos,
têm-se o coração,
têm-se a raiva
e têm-se a depressão
e aí, o vinho faz sua conclusão,
e aí, já estou nova demais para idéias hipócritas e cretinas...

As cores do cabelo,
sintonizam os olhos perdidos...
e o tempo não pára.

Ah! Desgraçada que sou !
Presa no eterno vazio...
tendo como companhia,
a eterna agonia e angústia.
Inteligência,
oratória...
Pertercem ao nobre cavaleiro de cinza.

As folhas estão se mexendo e rangindo...
elas falam latim !
E estão gritando aos meus ouvidos o socorro...
Olhe para mim...
Olhe para mim, doce idiota...
Blá, blá, blá...

Vai começar o culto sagrado...
vai começar o meu mais novo mandamento de três palavras.

Ensine-me a viver semd ar risada...
ensine-me por favor...
a rir de todos os seus defeitos.
De rir, eternamente, de todos os meus defeitos !
Já que a eternidade não é nada para alguém tão solitária,
como eu !
Olhem...
E vejam o que é a tristeza...
Olhem...
mais olhem de verdade através dos meus olhos verdes...
Deus !
Torne-me a mais bela criatura,
por que fizeste isto comigo?
A metamorfose, acontece ao piscar dos olhos.

Damas e cavalheiros,
senhoras e senhores,
não sou mais a mesma desde que comecei a falar.
Despeço-me com muita gratidão...
e vou de encontro ao eterno sofrimento.

Adeus ! Queridos olhos perdidos !

Iohann Iori Thiago

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Vamos rir do mundo?


Saudade de resistir ao mundo com você.

Sinto falta dos nossos pés descalços

Dançando sobre o assoalho da casa

Sincronia de dois corpos que se sentem

Nosso improviso foi além

Matou o acaso

Depois disso ficamos cansados

De brincar de ser astronauta

Sim, tenho culpa de você

Desculpe,

Por não ter enfeitado

O teu mundo o bastante

Pra você poder continuar nele

Agora, o físico se desgastou

Os joelhos não dançam mais

E até a água parece querer secar.

Fechei os olhos e encontrei você

E nesse sonho tudo era feito de água

Nos afogávamos no nosso delírio

Derramávamos lágrimas de nostalgia e loucura

Quando abri os olhos, você não esta lá

Não estava dançando comigo

Nem tragando a fumaça

Nem amortecendo o impacto das horas

Agora? Sou nostalgia e loucura

Riso triste, musica muda.

Meu vicio não é saudade

Nem cigarros, nem vaidade

Meu vicio é sentir de mais

E não sentir nada

É ter essa profundidade

Pintando meu rosto

Sem ordem, sem partitura.

Mas resisto, afinal é o que me sobra

Resistir ao resto do mundo

Enquanto isso, finjo ser equilibrista

E nem sequer fui ao circo

Quando eu era criança.

Guilherme Radonni

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O toque do verde, lambeu meus dedos enquanto eu delirava. Depois disso não voltei daquela paisagem.


Saudações terraquios!

Astronauta não vá para a Lua
Lá tem loucura e pouco oxigênio
Tem crateras e poeira espacial
Sem contar os jovens lunaticos
Que sempre viajam para lá
E ficam dançando a valsa da anti gravidade
Quando voltam para a realidade?
Não voltam, deixam tudo lá
Ficam delirando sobre a euforia de estarem fora de orbita
E se iludem com a própria memória
Que estampa a cor da Lua em tudo que seja imagem
Ficam presos entre a realidade e o surreal
Como se o inconsciente escorresse do físico
E transcendesse tudo o que é sensorial
Como em um filme, onde tudo se move,
Tudo se cria e ninguem vê...só eles
Só os que têm as retinas manchadas de luz
Que revelam quadros estaticos,
E isso já é muito pra quem não vivem nem metade da vida
Contamina o resto, contamina tudo e não deixa nada
Por isso astronauta
Não viaje para a Lua
Não faça a coisa mais simples que se tem a fazer
Sentir, sentir o delírio de que precisa de uma fuga
Porque o retorno, é inconcebivel
E além do mais aqui na Lua já esta bem cheio
Não tem mais espaço para exploradores.
"-Terra chamando! Cambio! Terra chamando!"
Não vou atender ao chamado da realidade
Vou mergulhar no espaço e sentir os cometas lavarem minha alma
"-Ultima tentativa. Cambio. Terra chamando!
Terra chamando! Cambio. Desligo."

Guilherme Radonni.





sexta-feira, 8 de outubro de 2010


Dar asas ao que quer que seja, você.

Pensamentos de um pássaro.

[do meu jovem pássaro]

Já não sei o que pensar.

Tenho ânsia do viver,

Mas me puxam para baixo,

Para ir mais lento...

Meus dias passam como gaivotas,

Na velocidade de um vôo alto

Onde se vê tudo pequeno.

Tão pequeno,

Que é preciso forças as vistas para tentar ver o jardim inteiro.

Queria eu ter olhos maiores.

Já cheguei a acreditar que me vendaram e fizeram apenas furos para as pupilas.

Mas me disseram que era clichê.

E me fizeram acreditar nisso.

Por enquanto ainda tenho asas.

Porque a minha voz,

Eu nunca ouvi.

E o cheiro...

É sempre o mesmo,

Tão insuportável

Que já não sinto mais nada.

Não sei a diferença do doce e do amargo.

Só sei que tudo é menor a meu ver.

Deveria sentir-me a dona do mundo por ser tão grande,

Mas é ao contrário,

Sinto inveja de todos serem iguais.

Sinto tanta falta de alguém como eu.

- Imagine alguém voar comigo?

E sentir comigo, como o mundo fede.

Vai ver lá embaixo tudo não seja tão ruim.

Será que alguém me enxerga?

Não devo ser tão grande para eles.

Pois se eles olham de baixo para cima...

- será que eles acham que somos do mesmo tamanho?

Não!

Ei, ei...

Não somos iguais...

Ouviram?

Não somos...

Só eco.

Silêncio.

Porque tenho sempre a necessidade de dizer que sou diferente,

Se queria tanto estar com eles.

Tábatta Iori

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um inseto pousou em mim.















Depois disso nunca mais fui o mesmo.

A fronteira entre o meu tempo e o seu pode ser medida por um inseto.

E sempre novamente

Como se a repetição

Definisse o cotidiano

Talvez de fato seja

Só não consigo crer pacificamente nisso

Nessa configuração

Que nos encaixa como engrenagens

Em uma grande maquina de vidro

E o cheiro dessa maquina se mistura com a nossa cor

E a cor dela se esconde no nosso cheiro

Nos faz executar o mesmo movimento

Do mesmo ângulo, no mesmo sentido,

Com a mesma força.

Descobri algo, enquanto olhava para uma formiga

Devorando uma barata anti bomba atômica,

O HOMEM ALIMENTA A HORA

Com suor e lagrimas

Com dor e riso

Deveríamos matar os relógios,

Comer os ponteiros, e engolir as horas

Mas nem matança nem canibalismo algum

Encerra o tempo

Só inseto esmagado no chão

Ou grudado na sola do sapato

Ou na beira do mundo

Naquela beira que não tem nada

A não ser o outro lado

Como uma fronteira.

O que difere o meu cotidiano do teu?

Podia dizer que são as pessoas, ou a graça que vejo ou deixo de ver

Ou ainda nas tarefas que nos são impostas

Mas não, a única coisa que difere a nossa real rotina

È a rotação do tempo

Como se dentro dele, houvesse uma subdivisão

E no vácuo dessa separação, estamos nós.

Pequenos operários de um formigueiro

Devorando baratas anti bomba atômica.

Guilherme Radonni.