quarta-feira, 28 de outubro de 2009

De que serviu tanta embriagues, se os aplausos foram mudos.

Não sei, realmente não sei o que houve

Era noite,

Primeiras horas fora do manicômio

Longe das paredes brancas e do aconchego do tablado

Os três loucos que fugiram juntos

E o ultrapassaram o tempo mínimo e máximo

Agora se dissiparam

Duas estão em algum quarto injetando tabaco e nostalgia

E o outro recebendo aplausos mudos

E indicações a melhor abandonado

Talvez eu esteja fazendo drama

Ou talvez esteja dando importância àquilo que me dediquei a construir

De qualquer modo carreguei o resto do palco sozinho

Sem elas, sem parte de mim, e sem minha consideração

Ainda assim, o desprezo daquela que tem a cor da noite

Não me desceu a garganta

Demagogo, egocêntrico e infantil

Posso até ser mais nunca a tratei com indiferença

Seja o quão ridículo fosse os teus assuntos de primeiro emprego ou tabaco verde e natural

Este ultimo nunca me agradou,

Nem por isso fiz pouco caso

Enquanto aquela que tem cor de papel

Ainda não declarou o que aconteceu

Peço desculpas por ter usado a voz em tom maior

Mas não me desculpo por lhes querer ao meu lado

“Não, não fiquei até o final

Não a fiz sozinho, pra ter de receber os aplausos só.”

Na verdade fiquei, mas era como se não tivesse ficado.

Anoiteceu
É hora de ir pra casa.
É hora de comentar.

Desmemorias.

Amanhece...

Guilherme Radonni

Um comentário:

  1. Aaa então é disso que vale os desentendimentos mais chatiantes?
    Então precisamos disso de vez em quando,
    só para noites depois, nomearmos as nossas brisas e sentimentos não nomeáveis.
    Catatonia.
    Só não me faça sentir tanta falta.
    Talvez eu não aguente.
    Só não me faça sentir incompleta !
    Porque tinha um anjo no ônibus
    e...
    você já sabe né?
    Te deixarei durmir.
    "Mesmo se vocês me dessem tiros, eu nunca seria nada sem vocês"

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