Não sei, realmente não sei o que houve
Era noite,
Primeiras horas fora do manicômio
Longe das paredes brancas e do aconchego do tablado
Os três loucos que fugiram juntos
E o ultrapassaram o tempo mínimo e máximo
Agora se dissiparam
Duas estão em algum quarto injetando tabaco e nostalgia
E o outro recebendo aplausos mudos
E indicações a melhor abandonado
Talvez eu esteja fazendo drama
Ou talvez esteja dando importância àquilo que me dediquei a construir
De qualquer modo carreguei o resto do palco sozinho
Sem elas, sem parte de mim, e sem minha consideração
Ainda assim, o desprezo daquela que tem a cor da noite
Não me desceu a garganta
Demagogo, egocêntrico e infantil
Posso até ser mais nunca a tratei com indiferença
Seja o quão ridículo fosse os teus assuntos de primeiro emprego ou tabaco verde e natural
Este ultimo nunca me agradou,
Nem por isso fiz pouco caso
Enquanto aquela que tem cor de papel
Ainda não declarou o que aconteceu
Peço desculpas por ter usado a voz em tom maior
Mas não me desculpo por lhes querer ao meu lado
“Não, não fiquei até o final
Não a fiz sozinho, pra ter de receber os aplausos só.”
Na verdade fiquei, mas era como se não tivesse ficado.
Anoiteceu
É hora de ir pra casa.
É hora de comentar.
Desmemorias.
Amanhece...
Guilherme Radonni
Aaa então é disso que vale os desentendimentos mais chatiantes?
ResponderExcluirEntão precisamos disso de vez em quando,
só para noites depois, nomearmos as nossas brisas e sentimentos não nomeáveis.
Catatonia.
Só não me faça sentir tanta falta.
Talvez eu não aguente.
Só não me faça sentir incompleta !
Porque tinha um anjo no ônibus
e...
você já sabe né?
Te deixarei durmir.
"Mesmo se vocês me dessem tiros, eu nunca seria nada sem vocês"