terça-feira, 6 de outubro de 2009

Homens feitos de cadarços.

Angustia impalpável
Daquelas que faz a cabeça atordoar
Por não ter resposta ao questionário
Das perguntas inconscientes
Uma questão humana
Uma questão orgânica
Somos homens,
Capazes de criar, revolucionar, desenvolver e submeter
Por outro lado, somos animais
Incapazes de renegar nossa natureza
Nosso ego e ignorância
Sim, asfalto e migalha nos servem
Já que a miséria da metrópole nos devora
Nos traga a cada cigarro acendido
E nos engole a cada maxilar que não tem o que mastigar
Somos a única espécie que deixa o próximo passar fome
Que deixa a lagrima escorrer e a solidão transbordar
Daqueles que não tem prestigio,
Daqueles que não tem nome reconhecido
No cartório, no catálogo, no prontuário
O que é uma nomenclatura?
O que é um numero de registro?
Perto do que temos dentro de nós
Não somos nomes, não somos números
Somos apenas...
Interrogações,
Cito estas, por não saber o que somos
Por não saber para onde vamos
E nem a ordem certa das coisas.
Mas a resposta virá
E desta vez não vai haver burocracia
Nossa ascensão será nosso próprio declínio
Enquanto o vácuo individual vai nos corroer
Vai nos limpar de nossas manchas por sermos o que somos
E ainda sim, a poeira do que restar vai nos custar
Pois fardo humano,
É fardo que pesa.
Até isso acontecer
Vamos continuar amarrando nossos cadarços
Enquanto brincamos de sociedade.

Guilherme Radonni.

Um comentário:

  1. não vou amarrar mas o meu cadarço ...to feliz e to triste ...estou disposto mas quero que foda-se ...obrigado por me deixar mais confuso ... felicidade e aquela coisa toda!!

    ResponderExcluir