sábado, 22 de janeiro de 2011

A espera de uma inspiração que não chega.

Por um tempo tudo que escrevi

Foi o silêncio refletindo no branco do papel

Minha ausência imaginária

Esquartejada aos pedaços de uma inspiração muda

Um poeta sem versos

Talvez a culpa seja da falta de cor

E escrever sobre o cinza só realça a falta de contraste

Que atropela minhas horas.

Escrever sobre o que?

Se tudo está gasto e com cheiro de pó

Envelheci antes do tempo

Meu prazo de validade se esgotou

E ainda não tenho vinte anos

Agora, cultivo a espera de não esperar mais nada

Refletida em um tudo sem perdão algum

Se ao menos soubesse o que dizer

Para calar todas essas vozes

Mas ainda não sei,

Talvez nunca soube

Apenas dizia para sanar o minuto seguinte

Mas o minuto seguinte nunca chega

E essa contaminação do passado

Embriaga meu presente

No entanto o tempo não para

Sou eu que estou parado na continuidade do mundo

Girando sem eixo de cabeça pra baixo.

Guilherme Radonni e Tábatta Iori.

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