sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Versos de um Solstício

E numa dessas noites inesperadas
Onde se dança até o Sol nascer
Os ventos do acaso
Sem fazer muito caso
Me enlaçou pela cintura
Me embriagou pelos lábios
Me encantou pelos olhos
E me despiu o coração
Quando percebi...
Já estávamos nus
E por debaixo da pele
Almas de passarinho
Esquentando o ninho
De corações sonoros
Cantantes...feito aquela manha
De estrelas e bem-te-vis
Me relembrando de onde eu vim
E ele...para onde vai,
Me mostrando teu mundo
Por de traz da lente de teus Óculos
Exóticos...como o sabor daquele beijo
E tuas canções de apartamento
Tão grandes quanto meu peito
Que num solstício de verão dançava
Com a poesia que saia
Das cordas de teu coração
Ressoando pela sala
Com um cheiro bom de café rezado
E o perfume de um trago esverdeado
Danado, menino encantado
Tão traquina feito eu
Artista da Polis
E mensageiro dos ventos
Montado em teu violão
Cavalgou pelo meu peito
E deixou a janela aberta
Para o cigano que há em mim passar
E se por vontade do vento
Ou o acaso soprar
Pouse de novo por aqui
Que mostro ao teu beija-flor
Um outro pé de pequi.

Para um passarinho cantante...

Guiel Aguiar



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