A solitude é uma paisagem
Que só pode ser apreciada
Por aquele que se rendeu
A velha ilha da solidão
E encontrou num mar tão fundo
O abraço que preenche
O barco vazio do próprio coração
Perdido num peito naufragado
Entre corais e cardumes
Amores afogados
Mas o amor é o próprio mar
Que dilui todas as ondas da vida
As mais altas e as mais baixas
Se desfazem feito espumas no mar
Como o sal dos olhos
Desaguando feito lágrimas
Para lavar as areias do tempo
Guardadas na ampulheta do destino
Enquanto a vida me vira, de cabeça para baixo
Para me ensinar o que eu ainda não sei
Rema marinheiro, rema...
Que a travessia é longa
Em busca deste porto seguro
Sem mais anzóis para o coração ferir
Mas até lá, quantas vezes
Já fomos pescados pelas redes da ilusão?
É preciso mergulhar mais fundo
Para cavalgar cavalos marinhos
E ir além da ressaca das ondas
Que peneiram a imensidão
Mas a Sereia segue encantando
Mesmo nas noites de temporal
Siga teu canto e encontrara
A estrela que é teu farol.
Guiel.
Guiel.
Guiel.
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