segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Vinte e quatro cacos.



Estava no 24º andar


De um edifico vazio


No meio de uma tarde laranja e azul,


Os rostos eram sem rugas


Ou manchas de angústia


Daquelas que vêm quando se passa


Tempo de mais respirando o fluxo cinzento.


Eu nadava no céu


Perdido ou mergulhado


Em uma espécie de nostalgia do presente,


E Naquele vácuo físico-imaterial


Encontrei um velho “Alien” que me disse


Com fotografias e movimento


Da vontade cinegética de nos ancorarmos


Em projeções do antigo passado,


Do cheiro da memória que nos atrai


Para um rastro de negação do que é real.


Era isso que eu fazia no 24º andar


Enquanto projetava o meu imaginário


No reflexo das vidraças velozes dos prédios


Como um projetor de cinema numa tela vazia e branca.


Por que não estraçalhar todas as vidraças?


Quem sabe alguns cacos temperem melhor


Isso que chamamos de tempo,


Vamos rasgar os relógios e fazer das horas


Um prédio vazio da onde se possa saltar!



Guilherme Radonni.



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