A tarde tragava as horas
Junto aos ponteiros do relógio
Esqueci minha rotina,
Esqueci minhas sapatilhas em baixo da cama
Equalizadores, cigarros e cotidiano deturpado
Tudo em âmbar
Tudo em mim, escorrendo em forma de olhar
Branco, azul e laranja
Cores não bastam,
Não agora
Tudo está monocromático
Um tanto assim, misturado.
A janela assistia aberta,
A paisagem de dois quadros num só
Enquanto o quadro fora da janela
Estava sem moldura.
Permanecia estático e sem surrealismo
Como se a ordem das coisas tivessem sido feitas
Só para fazer contraste com a exposição que acontecia dentro de mim
Quando soube o que era ter ordem
Já não sabia ter ordem
Por isso dançava
E na dança improvisada, o riso do piano
O riso sem jeito do armário tímido
Que não sabia assistir a inspiração
Que procedia o intervalo.
Partitura de um dia anti-cinza
Sinfonia de dois corpos que se atraem
Acho graça da lei de atração
Como se a metafísica entende-se sobre essas coisas.
Guilherme Radonni.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
E a balsa partiu.
Já não tenho letras,
já não tenho sonhos,
já não tenho tempo.
Levou tudo,
como uma tempestade que só passa...
E agora sobrou aquela velha balsa,
para o lugar mais escuro e sujo.
Mas o que mata,
é não saber para onde ela vai,
pra onde ela segue...
Só sei que muitos já embarcaram,
mas não tão próximos.
A água já corre limpando,
e dizendo que nada sobrou.
na volta daquela onda
o que resta é o chão.
E isso porque me ensinaram
que o chão é o limite,
então porque te colocaram mais abaixo?
te expuseram e te jogaram lá.
Já não tenho mais dança,
já não tenho mais música.
Você levou tudo contigo,
debaixo do chão.
Não tenho mais como escrever,
meus dedos ficaram com você,
e minha alma então?
Virou sucata,
virou memória:
Memória de Alma!
Já não sei esperar,
pois não tenho também o tempo.
Dizia que tudo ia passar,
mas você passou por mim,
e esqueceu de me empurrar também pro abismo.
Enquanto agora eu aguardo...
olhando a balsa,
aguardo...
Jà não consigo mais parar,
já não consigo mais...
já não...
parar...
E a balsa partiu.
Tábatta Iori. Para alguém que passou...
já não tenho sonhos,
já não tenho tempo.
Levou tudo,
como uma tempestade que só passa...
E agora sobrou aquela velha balsa,
para o lugar mais escuro e sujo.
Mas o que mata,
é não saber para onde ela vai,
pra onde ela segue...
Só sei que muitos já embarcaram,
mas não tão próximos.
A água já corre limpando,
e dizendo que nada sobrou.
na volta daquela onda
o que resta é o chão.
E isso porque me ensinaram
que o chão é o limite,
então porque te colocaram mais abaixo?
te expuseram e te jogaram lá.
Já não tenho mais dança,
já não tenho mais música.
Você levou tudo contigo,
debaixo do chão.
Não tenho mais como escrever,
meus dedos ficaram com você,
e minha alma então?
Virou sucata,
virou memória:
Memória de Alma!
Já não sei esperar,
pois não tenho também o tempo.
Dizia que tudo ia passar,
mas você passou por mim,
e esqueceu de me empurrar também pro abismo.
Enquanto agora eu aguardo...
olhando a balsa,
aguardo...
Jà não consigo mais parar,
já não consigo mais...
já não...
parar...
E a balsa partiu.
Tábatta Iori. Para alguém que passou...
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