terça-feira, 24 de julho de 2012

Dias cinzentos

Talvez eu nunca estarei pronto
Para colorir o cinza do céu,
Pois mesmo que tivesse cores o bastante
Não teria a mão de Deus para tingir o infinito
Mas tentarei não deixar a monocromia das horas
Acinzentar o meu peito sufocado
Pois sei que dias cinzas se desfazem com o Sol
Mas o sol ainda não raiou, e enquanto isso...
Choverei por dentro.
Entre uma lágrima e outra,
Memórias desbotadas são manchadas
Com o mesmo sal que salgou o mar
Trazendo ondas que se desfazem
Sobre um deserto de areia que me enterra
Sem antes pensar em me amar
Ainda sim, amarei cada grão de areia
Que em minha alma e meu corpo tocar
Pois sei que um dia o sopro do vento
De mim o cinzento arrastará
Desenterrando meu peito deste deserto opulento
E fazendo na alma uma flor de lótus desabrochar
Tu nobre desconhecido será a semente
Que com cuidado e afeto regarei para brotar
Cuidarei de nosso jardim tingindo cada flor
Com a mais pura cor á proteger nosso amor
Se por vontade do céu, outro dia cinzento chegar.

(Para um amor que esta além do cinza do céu)

Guilherme Radonni.

 
 
 
 
 
 
 

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