E de repente você se enxerga, estampado no rastro
Da nuvem passageira que atravessa o céu profundo
E percebe numa fração de segundos
Que o vento lhe arrasta para onde convém o sopro do céu
Que céu? se o que sinto no peito
Queima e arde o cintilar das estrelas
Que estrelas? se o que vejo no escuro são os reflexos dos
teus olhos
Despertando planetas dentro do teu próprio micro-cosmo
Entre órbitas e lagrimas
Choro cometas que imitam o deslizar de uma valsa
Nesta dança escorreguei, e cai nos braços do meu próprio
mistério
Foi Deus quem me revelou, como um livro em branco de capa
nua e crua
E assinou o meu prólogo com o eco azul do mar
Mais o grande poeta que escreveu as curvas linhas da vida
Deixou minhas páginas sem numeração
Só para que eu mesmo busca-se sentido
Em dividir os meus próprios capítulos
E depois uni-los dentro do que chamo de EU
Sé o céu fosse um Poema
Sua rima não teria som
Pois o canto do silêncio...reverbera mais
Que a declamação dos verbos.
Fechem os olhos “viajantes” e apontem para a casa
Depois sussurrem para si mesmo
De qual constelação despencou a tua alma.
Guilherme Maciel.